O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva registrou 51% de aprovação em outubro, consolidando-se como o líder mais popular da América do Sul de acordo com a pesquisa LatAm Pulse, da AtlasIntel para a Bloomberg News. Isso marca um aumento de seis pontos em relação ao mínimo do governo em março, impulsionado por medidas contra a desigualdade e um confronto com Donald Trump. Sua desaprovação se manteve em 48%, abaixo de pares regionais como Javier Milei, da Argentina.
Luiz Inácio Lula da Silva vive seu momento político mais forte desde que retornou ao poder em 2023. De acordo com a pesquisa LatAm Pulse, da AtlasIntel para a Bloomberg News, realizada entre 15 e 19 de outubro com 14.063 respondentes, 51% dos brasileiros aprovaram sua gestão, seis pontos acima do mínimo de março. A desaprovação se estabilizou em 48%, mais de cinco pontos abaixo do período anterior.
Essa recuperação contrasta com os picos passados de Lula acima de 80%, mas o coloca à frente de rivais regionais. Na Argentina, Javier Milei enfrenta 56% de desaprovação e apenas 40% de aprovação em meio a uma crise cambial. No Equador, Daniel Noboa caiu abaixo de 50% após aumentar os preços do diesel, enquanto Gabriel Boric, do Chile, e Gustavo Petro, da Colômbia, têm avaliações negativas.
O impulso vem de seu confronto com Donald Trump sobre tarifas ao aço brasileiro, que recentemente melhorou as relações, e de políticas para conter a desigualdade. Aos 79 anos, Lula lançou subsídios para o consumo de eletricidade e gás de cozinha, além de um projeto de lei que isenta de imposto de renda salários de até 5.000 reais (US$ 929). 84% dos brasileiros veem essas isenções de forma positiva, e 63% apoiam taxar os ricos para financiar programas antipobreza.
Com as eleições de 2026 se aproximando, Lula confirmou sua candidatura a um quarto mandato. Nas pesquisas, ele lidera: 51% contra 30% de Tarcísio de Freitas no primeiro turno, e 52% contra 44% em um segundo turno. Contra Michelle Bolsonaro, é 51% contra 26%. A pesquisa tem margem de erro de 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.
Essas medidas preocupam investidores quanto à deterioração fiscal, mas fortalecem seu apoio na maior economia da América Latina.