À medida que o mundo se aproxima da COP30 em Belém, Brasil, ativistas climáticos destacam questões críticas para ação global. Rebecca Thissen, da Climate Action Network, discute déficits financeiros, decisões judiciais e programas de transição em um podcast recente. A cúpula marca dez anos desde o Acordo de Paris e surge em meio a debates sobre financiamento inadequado para nações em desenvolvimento.
A Conferência das Partes da ONU, conhecida como COP30, está programada para se reunir em Belém, Brasil, neste novembro, uma década após o marco do Acordo de Paris de 2015. Descrita como um momento decisivo para a resposta climática mundial, a cúpula reunirá negociadores para abordar desafios globais urgentes. Em uma sessão informativa destacada no podcast Earth911 "Sustainability In Your Ear", Rebecca Thissen, Líder Global de Advocacia da Climate Action Network International, desempacotou os principais riscos envolvidos.
Thissen, que tem formação em Direito Público Internacional e ampla experiência em advocacia pela justiça climática, foca nas interseções entre finanças, economia e ação climática para direcionar recursos de forma eficaz. Ela destacou vários tópicos cruciais para a COP30, incluindo o programa de trabalho de transição justa voltado para apoiar mudanças para economias sustentáveis, a controversa Instalação Tropical Forests Forever do Brasil para preservar florestas tropicais, e a recente decisão pioneira da Corte Internacional de Justiça sobre as obrigações climáticas dos Estados.
Uma grande preocupação é a baixa participação na atualização de planos climáticos nacionais: apenas 10% dos países enviaram suas contribuições nacionalmente determinadas antes da cúpula. A discussão também abordou as consequências da COP29 em Baku, Azerbaijão, onde nações desenvolvidas se comprometeram com US$ 300 bilhões anuais em financiamento climático — muito abaixo dos US$ 1,3 trilhão que economistas estimam ser necessário. Países em desenvolvimento criticaram o compromisso como deploravelmente inadequado, especialmente porque 71% do financiamento climático atual vem como empréstimos em vez de doações, agravando crises de dívida e impedindo investimentos em adaptação e mitigação.
Climate Action Network, a maior coalizão mundial sobre mudança climática com quase 2.000 organizações em 130 países, fornecerá atualizações diárias durante a COP30 por meio de seu boletim ECO em climatenetwork.org. Thissen enfatizou a necessidade de negociações multilaterais para entregar justiça e transformação em meio à crise climática em escalada.