Voltar aos artigos

Cerdán recebeu pagamentos em dinheiro do PSOE apesar de promessas de controlo

07 de outubro de 2025
Reportado por IA

Santos Cerdán, secretário de Organização do PSOE, recebeu 21 pagamentos em dinheiro do partido entre 2021 e 2024, mesmo após prometer acabar com a prática ao suceder José Luis Ábalos. O Tribunal de Contas solicita há quatro anos limites ao uso de dinheiro em partidos políticos, um pedido que Cerdán atrasou no Congresso. Estas revelações surgem no âmbito do caso Koldo, envolvendo corrupção no PSOE.

Santos Cerdán assumiu o secretariado de Organização do PSOE em julho de 2021, substituindo José Luis Ábalos, e inicialmente implementou medidas para parar os pagamentos em dinheiro para despesas de representação, como um ‘duplo controlo’ com recibos de cartão de crédito. No entanto, de acordo com a documentação do PSOE, retomou estes pagamentos em fevereiro de 2023 e continuou até outubro de 2024, recebendo 21 envelopes para despesas, dois dos quais excedendo o limite legal de 1.000 euros: 1.072,60 euros em 30 de setembro de 2023, e 1.200 euros em 31 de janeiro de 2024.

Em janeiro de 2024, Cerdán apresentou recibos por mais de 2.400 euros, e em meses como junho e setembro de 2023 excedeu 4.000 euros. Após a prisão de Koldo García em 21 de fevereiro de 2024, recebeu mais 11 pagamentos em dinheiro até outubro, variando de 115 a 600 euros cada. Os pagamentos pararam em outubro de 2024, com transferências finais em 12 de junho, o dia da sua saída abrupta do PSOE após um relatório do UCO ligando-o à trama de corrupção.

Entretanto, o Tribunal de Contas solicita desde 2021 a limitação de doações em dinheiro nos partidos para melhor rastreabilidade, recomendando documentação rigorosa, pois «a realização de entradas em dinheiro pode tornar impossível garantir que foram feitas em todas as condições legais exigidas». Em fevereiro de 2022, Cerdán, como presidente da Comissão Mista, pressionou para retirar a moção sobre este tema, citando revisão numa subcomissão, e debateu-a nove meses depois sem progresso legislativo. O PSOE recolheu mais de 20 milhões de euros através de microcréditos não regulados, outra prática criticada.

Fontes do PSOE atribuem o uso de dinheiro aos hábitos de Ábalos, negando irregularidades e notando auditorias externas sem qualificações. Cuca Gamarra, do PP, questionou: «Onde estão os extratos de conta bancária que podem justificar a origem do dinheiro em espécie?» A lei permite doações em dinheiro até 50.000 euros por pessoa por ano, apesar de limites mais estritos para empresas.

Static map of article location