CEO da Fairphone desafia mito da tecnologia sustentável cara
O CEO da Fairphone afirmou que a noção de que a tecnologia sustentável deve ser mais cara e de menor qualidade é um mito. Ele enfatizou que não existe tal coisa como uma 'prima de sustentabilidade' em seus produtos. Isso ocorre enquanto a Fairphone continua a produzir smartphones reparáveis voltados para a manufatura ética.
Fairphone, uma empresa holandesa conhecida por seus smartphones modulares e reparáveis, está reagindo contra as percepções comuns na indústria de tecnologia. Em uma entrevista recente, o CEO Bas van Abel argumentou que a tecnologia sustentável não requer inherentemente custos mais altos ou qualidade reduzida. 'É um mito que a tecnologia sustentável tenha que custar mais e ser de menor qualidade', disse ele. 'Não é uma prima de sustentabilidade.'
Os comentários de van Abel destacam a abordagem da Fairphone para equilibrar a responsabilidade ambiental com a competitividade no mercado. A empresa, fundada em 2010, tem se concentrado em criar telefones fáceis de reparar e construídos com materiais obtidos eticamente. Seu modelo mais recente, o Fairphone 5, lançado em 2023, é precificado em €699 e oferece cinco anos de atualizações de software e pelo menos oito anos de suporte para reparos. Esse preço o posiciona de forma comparável a smartphones de gama média de marcas principais, enquanto incorpora recursos como uma bateria removível e minerais livres de conflitos.
O CEO apontou as práticas de cadeia de suprimentos da Fairphone como chave para desmentir o mito do custo. Ao trabalhar diretamente com fornecedores em regiões como a República Democrática do Congo para estanho e se esforçando para melhorar as condições de trabalho, a Fairphone visa reduzir o impacto ambiental sem repassar custos excessivos aos consumidores. 'Estamos provando que você pode ter um produto sustentável que também é de alta qualidade e com preço competitivo', acrescentou van Abel.
Essa perspectiva surge em meio a um escrutínio crescente da pegada ambiental da indústria de smartphones, incluindo lixo eletrônico e extração de recursos. O modelo da Fairphone contrasta com os ciclos de tecnologia fast-fashion de gigantes como Apple e Samsung, que frequentemente priorizam a descartabilidade. No entanto, van Abel reconheceu desafios, como escalar a produção enquanto mantém padrões éticos. As vendas da empresa cresceram de forma constante, com mais de 300.000 unidades vendidas desde sua fundação, indicando o interesse dos consumidores em alternativas sustentáveis.
As declarações de van Abel sublinham uma mudança mais ampla na indústria em direção à sustentabilidade, embora a adoção permaneça lenta. A Fairphone continua a advogar por leis de direito à reparação e princípios de economia circular na tecnologia.