Ativista de Hong Kong Nathan Law é negada entrada em Singapura
Nathan Law, um proeminente ativista pró-democracia exilado de Hong Kong, teve a entrada em Singapura recusada ao chegar. A negação ocorreu sem uma explicação oficial das autoridades de imigração. Law estava viajando para participar de um evento público na cidade-estado.
Nathan Law, uma figura chave nos protestos pró-democracia de Hong Kong em 2019, enfrentou mais um revés em seu trabalho de advocacia. Em 28 de setembro de 2025, o ativista de 32 anos chegou ao Aeroporto de Changi, em Singapura, com a intenção de participar de um fórum sobre direitos humanos na Ásia. No entanto, os oficiais de imigração negaram sua entrada, forçando-o a retornar ao Reino Unido, onde vive exilado desde 2020.
Law relatou o incidente nas redes sociais logo em seguida. "Fui detido por várias horas no aeroporto e depois informado de que minha entrada foi recusada," escreveu ele em um post no X (anteriormente Twitter). "Nenhuma razão foi fornecida, mas está claro que isso é uma tentativa de silenciar vozes críticas a regimes autoritários." Ele enfatizou que tinha um visto válido e nenhum problema anterior para entrar em Singapura.
Este evento se desenrola contra o pano de fundo do ativismo de longa data de Law. Em 2016, aos 23 anos, ele se tornou o legislador eleito mais jovem de Hong Kong, apenas para ser desqualificado em 2017 por seu papel no movimento pró-democracia. Após a imposição da lei de segurança nacional da China em 2020, Law fugiu para o Reino Unido para evitar a prisão, citando medos por sua segurança. Desde então, ele continuou seu trabalho através do grupo sem fins lucrativos que co-fundou, o Hong Kong Watch, defendendo reformas democráticas e direitos humanos em Hong Kong.
A decisão de Singapura atraiu críticas de ativistas e observadores. A Anistia Internacional emitiu uma declaração chamando a negação de "um sinal preocupante de crescente intolerância à dissidência na região." A organização observou que Singapura, embora não aplique diretamente a lei de segurança de Hong Kong, mantém laços estreitos com Pequim e tem suas próprias leis rigorosas sobre reuniões públicas e discurso.
O Ministério do Interior de Singapura não comentou o caso específico, mas autoridades declararam anteriormente que decisões de entrada são tomadas caso a caso para proteger os interesses nacionais. Este incidente ecoa recusas semelhantes enfrentadas por outros exilados de Hong Kong; por exemplo, em 2023, outro ativista foi barrado de entrar na Austrália para uma turnê de palestras.
Os apoiadores de Law argumentam que tais negações prejudicam o discurso global sobre as liberdades deterioradas de Hong Kong. "Ativistas exilados como Nathan são pontes vitais para a comunidade internacional," disse Maya Wang, pesquisadora da Human Rights Watch. "Bloqueá-los só amplifica o isolamento imposto por Pequim."
O episódio destaca tensões contínuas no Sudeste Asiático sobre como os governos equilibram relações com a China contra compromissos com a liberdade de expressão. Enquanto Law se prepara para continuar seu trabalho de Londres, perguntas permanecem sobre se outros países seguirão o exemplo de Singapura em restringir tais figuras.