O Banco Central do Irã declarou falida a Ayandeh Bank, um dos maiores credores privados do país, com seus ativos absorvidos pelo estatal Melli Bank. Os depositantes enfrentam incerteza apesar das garantias de poupança segura, em meio ao tumulto econômico da nação. A crise destaca o apelo do bitcoin como salvaguarda contra instabilidade financeira.
O setor financeiro do Irã sofreu um grande choque quando o Banco Central anunciou a falência da Ayandeh Bank em 26 de outubro de 2025. Fundado em 2012, o banco operava mais de 270 agências em todo o país e acumulou perdas de US$ 5,2 bilhões e quase US$ 3 bilhões em dívidas, conforme relatado pelo Asharq Al-Awsat. Seus ativos foram rapidamente absorvidos pelo Melli Bank, que prometeu aos depositantes que suas poupanças permanecem "seguras". No entanto, a confiança pública é baixa, com filas se formando fora de agências fechadas em Teerã, reminiscentes de crises bancárias anteriores.
O colapso decorre de anos de má governança e práticas de empréstimo opacas. Mais de 90% dos fundos da Ayandeh foram direcionados a projetos politicamente conectados, como o complexo mega Iran Mall endividado, com empréstimos a empresas afiliadas que falharam em reembolsar. A economia mais ampla do Irã agrava a situação, marcada por hiperinflação, recessão severa, sanções da ONU e um rial em colapso, de acordo com a Reuters. Depósitos segurados são limitados a 1 bilhão de riais — cerca de US$ 930 — com processos de pagamento que podem se arrastar por anos, deixando muitos com somas maiores em risco de perda permanente.
Este evento ecoa fragilidades bancárias globais, como as falhas de 2023 do Silicon Valley Bank, Signature Bank e First Republic Bank nos EUA, onde intervenções governamentais vieram após disrupções significativas. Um relatório da Morningstar de outubro de 2025 observa estresse contínuo em bancos regionais dos EUA, com inadimplências crescentes em meio à inflação e altos custos de empréstimo.
Nesse contexto, a crise reforça o caso do bitcoin como hedge financeiro. Diferente dos bancos tradicionais, o bitcoin elimina o risco de contraparte, operando sem autoridade central ou fronteiras. Ele não pode ser congelado ou inflacionado por governos, servindo como "seguro contra o sistema em si" para aqueles que enfrentam a possível evaporação de suas poupanças.