José Antonio Kast, candidato presidencial do Partido Republicano, defendeu sua iniciativa para que imigrantes irregulares paguem pela saída do Chile. Em um evento de campanha, ele detalhou que eles terão 133 dias para sair voluntariamente com seus pertences ou enfrentar a expulsão sem benefícios. A proposta recebeu críticas de rivais como Jeannette Jara e Evelyn Matthei.
Durante o debate presidencial de domingo, José Antonio Kast propôs que imigrantes com ordens de expulsão contribuam pagando pela passagem de volta ao seu país de origem, argumentando que é mais barato do que detê-los no Chile. «Essas mesmas pessoas colaborarão para pagar sua saída do Chile, porque é muito mais econômico do que retê-los no Chile, pedindo que colaborem para que retornem à sua pátria», disse Kast.
A medida provocou reações imediatas. Jeannette Jara, a candidata do oficialismo, chamou-a de «proposta imaginária que dá um resultado imaginário». Evelyn Matthei, do Chile Vamos, Democratas e Amarelos, questionou sua viabilidade, afirmando que só seria possível para traficantes de drogas, pois «os outros não» terão o dinheiro, a menos que recorram novamente ao crime.
Na quarta-feira, em um evento de campanha, Kast apresentou detalhes do Plano Escudo Fronteiriço, anunciado em março, que consiste em três fases. Entre seus objetivos: reforçar o controle marítimo na zona norte, atualizar a Política Nacional de Migração e Estrangeiros, e exigir diplomaticamente que a Bolívia otimize seu controle de fronteira. O general aposentado Cristián Vial, candidato ao Senado por El Maule, liderou a apresentação.
Kast criticou Jara: «Eu diria que apenas algumas pessoas vivem em um país imaginário, como um país das maravilhas, um país de fantasia, onde parece que a imigração irregular não afeta ninguém». Quanto à expulsão, apelará aos irregulares para que saiam voluntariamente «com todos os seus bens e recursos». «Eles têm 133 dias para fazer isso», até 11 de março, quando assumiria se vencer. Caso contrário, serão expulsos sem benefícios, com a opção de contribuir para o bilhete usando aviões chilenos para uma saída «mais confortável ou mais desconfortável», «com bens ou sem bens».
Para casos como a Venezuela que não recebem deportados, Kast mencionou a criação de centros de refúgio até que enviem aviões. Ele assegurou que o investimento em voos não será alto e que os chilenos estariam dispostos a gastar até 300 milhões de dólares para expulsar os irregulares. Em um vídeo relacionado, ele endureceu o tom: «Se não o fizerem voluntariamente, iremos procurá-los e haverá sanções. Eles nunca mais pisarão em solo chileno».