Advogado exige que CBK suspenda negociações sobre armazenamento de ouro com Banco da Inglaterra

Um advogado queniano instou o Banco Central do Quênia a pausar as negociações com o Banco da Inglaterra sobre o armazenamento das reservas de ouro do país no Reino Unido. As demandas destacam preocupações com soberania, riscos geopolíticos e transparência no acordo. Isso ocorre em meio aos planos da CBK de diversificar suas reservas estrangeiras por meio da aquisição de ouro.

Dias após o governador do Banco Central do Quênia, Kamau Thugge, anunciar negociações com o Banco da Inglaterra sobre o armazenamento do ouro queniano, o advogado Abdulhakim Dahir emitiu uma carta aberta exigindo a suspensão imediata dessas discussões. Publicada em 24 de outubro de 2025, a carta de Dahir levanta alarmes sobre transparência, custos, disposições legais e riscos à soberania nacional.

Dahir pediu um diálogo nacional antes de prosseguir e a publicação urgente dos detalhes do acordo. Ele também exigiu uma análise custo-benefício pública que pese os benefícios contra os riscos geopolíticos e de soberania. Além disso, instou a priorizar uma instalação de reserva de ouro doméstica e a divulgação completa do rascunho do acordo para comitês parlamentares e o público para escrutínio.

Thugge revelou na semana passada que o Quênia está explorando compras de ouro para diversificar suas reservas estrangeiras de US$ 11 bilhões (Ksh 1,4 trilhão), que detêm principalmente dólares americanos. "Conversamos com o Banco da Inglaterra e outros bancos para ver como proceder, onde será armazenado, esse tipo de coisas", disse Thugge. Ele enfatizou que a medida não é para se afastar dos dólares, mas para ampliar as participações, sem especificar o valor a ser convertido em ouro.

Dahir alertou para vulnerabilidades, afirmando: "Se o Quênia se vir em um disputa geopolítica ou sujeito a sanções internacionais... nosso ouro poderia ser congelado ou confiscado, deixando nossa economia vulnerável com pouco ou nenhum recurso legal." Ele argumentou ainda que armazenar ouro em Londres erodiria o controle sobre um ativo chave, criando dependência de leis do Reino Unido ou diretivas da OTAN durante crises.

O impulso segue os preços do ouro superando US$ 4.200 (Ksh 542.640) por onça, impulsionados por expectativas de cortes nas taxas do Federal Reserve e preocupações com a dívida global. O Banco da Inglaterra, fundado em 1694, gerencia a política monetária e as reservas do Reino Unido.

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