Pesquisadores desenvolveram uma tecnologia de e-paper colorida que exibe imagens e vídeos de alta resolução enquanto usa energia muito baixa. Essa inovação pode abrir caminho para telas mais eficientes em smartphones e dispositivos futuros. A técnica depende de nanodiscos de óxido de tungstênio para alcançar cores vibrantes sem energia constante.
Uma equipe liderada por Kunli Xiong na Universidade de Uppsala, na Suécia, criou um novo tipo de e-paper colorido que supera limitações de longa data em taxas de atualização e eficiência energética. Telas e-paper tradicionais, que usam moléculas minúsculas para formar imagens em vez de emitir luz como displays LED, estavam anteriormente limitadas ao preto e branco ou lutavam com vídeo colorido devido a tempos de atualização lentos.
O avanço envolve pixels construídos a partir de nanodiscos de óxido de tungstênio, cada um com aproximadamente 560 nanômetros de tamanho. Esse design produz uma resolução de 25.000 pixels por polegada (PPI), superando em muito as centenas de PPI típicas em smartphones. Ao variar os tamanhos e espaçamentos dos nanodiscos, a tela reflete faixas específicas de luz para produzir uma gama completa de cores. Um pulso elétrico breve introduz um íon em cada disco para ajustar o brilho, e uma vez definido, a cor persiste sem energia contínua, minimizando o consumo de energia.
O protótipo mede apenas 1,9 milímetros por 1,4 milímetros—cerca de 1/4000 da área de uma tela de smartphone padrão—e renderizou com sucesso um recorte de 4300 por 700 pixels da pintura O Beijo de Gustav Klimt. Ele se atualiza aproximadamente a cada 40 milissegundos, permitindo reprodução de vídeo suave. O consumo de energia é de cerca de 1,7 milivatios por centímetro quadrado para vídeo e 0,5 milivatios por centímetro quadrado para imagens estáticas.
"O que eu gosto neste trabalho é que ele é rápido o suficiente para suportar vídeo, mantendo o uso de energia ao mínimo. Isso porque, uma vez que os elementos são ativados, eles permanecem ativados sem precisar ser atualizados", diz Jeremy Baumberg, da Universidade de Cambridge.
A pesquisa aparece em Nature (DOI: 10.1038/s41586-025-09642-3), destacando aplicações potenciais em dispositivos de baixo consumo.