Cientistas descobrem causa da chuva solar rápida durante erupções

Pesquisadores do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí resolveram o mistério de por que a chuva solar se forma tão rapidamente durante erupções solares. Seu trabalho revela que mudanças nas abundâncias elementais, como ferro, permitem o resfriamento rápido do plasma na coroa do Sol. Esse avanço pode aprimorar previsões de impactos do clima espacial na Terra.

A chuva solar, composta por gotas de plasma mais frias e pesadas, ocorre na coroa do Sol—a camada mais externa de plasma intensamente quente—onde essas gotas se condensam alto acima da superfície e caem de volta. Por anos, os cientistas se perguntaram como esse fenômeno se forma rapidamente durante erupções solares, pois modelos anteriores previam que o aquecimento e resfriamento necessários levariam horas ou dias, não minutos.

Luke Benavitz, um estudante de pós-graduação de primeiro ano no Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí (IfA), junto com o astrônomo do IfA Jeffrey Reep e colegas Lucas A. Tarr e Andy S.H. To, abordaram essa lacuna em seu estudo publicado no Astrophysical Journal em 2025. Intitulado 'Spatiotemporal Low First Ionization Potential Abundance: A Catalyst for Coronal Condensation', o artigo (volume 992, número 1, artigo 4; DOI: 10.3847/1538-4357/ae019d) mostra que abundâncias elementais variáveis no tempo explicam a formação rápida.

"Atualmente, os modelos assumem que a distribuição de vários elementos na coroa é constante no espaço e no tempo, o que claramente não é o caso", disse Benavitz. "É empolgante ver que, quando permitimos que elementos como o ferro mudem com o tempo, os modelos finalmente correspondem ao que observamos de fato no Sol. Isso faz com que a física ganhe vida de uma maneira que parece real."

Essa descoberta derruba suposições de décadas sobre composição atmosférica constante, incentivando uma reavaliação dos processos de aquecimento solar. "Essa descoberta importa porque nos ajuda a entender como o Sol realmente funciona", explicou Reep. "Não podemos ver diretamente o processo de aquecimento, então usamos o resfriamento como proxy. Mas se nossos modelos não trataram as abundâncias adequadamente, o tempo de resfriamento provavelmente foi superestimado. Podemos precisar voltar à prancheta no aquecimento coronal, então há muito trabalho novo e empolgante a ser feito."

As descobertas fornecem ferramentas melhores para simular erupções solares, potencialmente melhorando as previsões de eventos de clima espacial que afetam a tecnologia e as comunicações da Terra.

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