Os preços da soja ultrapassaram US$ 400 por tonelada no mercado de Chicago após um acordo entre os Estados Unidos e a China, pelo qual o país asiático se comprometeu a comprar grãos americanos. No entanto, os preços locais caíram em Rosario. Especialistas alertam para potenciais impactos negativos para a Argentina e o Brasil.
Em 30 de outubro de 2025, o mercado internacional de soja registrou um rebote significativo impulsionado por um recente acordo comercial entre os Estados Unidos e a China. Relatos indicam que a China se comprometeu a comprar grãos de origem americana, elevando o preço da oleaginosa acima de US$ 400 por tonelada em Chicago durante uma sessão de negociações positiva. Esse desenvolvimento envolve líderes como Donald Trump e Xi Jinping, destacando tensões comerciais no setor agrícola.
Apesar da alta global, os preços locais em Rosario, principal polo de grãos da Argentina, caíram, refletindo dinâmicas locais distintas. Analistas alertam que o acordo pode prejudicar produtores na Argentina e no Brasil, principais exportadores de soja, ao desviar a demanda para suprimentos dos EUA. O relatório de perspectivas de commodities do Banco Mundial observa que a redução das tensões comerciais EUA-China, particularmente em soja, representa um risco de alta para os preços globais, mas também enfatiza vulnerabilidades como eventos climáticos.
No contexto, o complexo de soja é crucial para a Argentina, gerando quase 25% de suas exportações totais em 2024, totalizando 19.624 milhões de dólares. No entanto, projeções mostram que os preços de commodities cairão 7% tanto em 2025 quanto em 2026 devido ao fraco crescimento econômico global e superávits de oferta. Além disso, um possível evento La Niña no final de 2025 poderia agravar secas nas regiões agrícolas argentinas, impactando a produção de soja e elevando os preços acima das estimativas atuais se prolongado.