Um grupo de cerca de 30 estudantes no Internado Nacional Barros Arana (INBA) causou desordem na terça-feira em Santiago, lançando coquetéis molotov contra os Carabineros e resultando na detenção de 15 alunos. Três deles foram formalizados na quarta-feira por fabricar e lançar os dispositivos incendiários. O incidente se soma a distúrbios semelhantes no Instituto Nacional no mesmo dia.
A crise no INBA, um colégio secundário emblemático em Santiago, escalou na manhã de terça-feira quando cerca de 30 estudantes iniciaram distúrbios, lançando objetos contundentes e coquetéis molotov contra o pessoal policial fora das dependências. Após fugirem para dentro da escola, os envolvidos saíram junto com o restante dos estudantes quando as aulas foram suspensas, momento em que os Carabineros realizaram verificações de identidade e detiveram 15 alunos regulares.
Entre os detidos havia 13 menores, incluindo um de apenas 13 anos que foi liberado para os pais por não ser penalmente responsável, e um adulto. O fiscal Jorge Muñoz do Fiscalía Centro Norte detalhou que "um grupo não insignificante de aproximadamente 30 estudantes lançavam objetos contundentes e preparavam elementos incendiários, coquetéis molotov, que eram arremessados contra o pessoal policial". O major Jorge Zúñiga da 3ª Delegacia dos Carabineros explicou que "ao observar que os mesmos sujeitos que haviam provocado os distúrbios saíam do estabelecimento, o pessoal policial procede à detenção desses sujeitos por desordem".
Na quarta-feira, três menores —de 14 anos e dois de 17— foram formalizados por fabricar e lançar coquetéis molotov, e por desordem pública, ficando sujeitos a prisão domiciliar noturna e supervisão do Servicio Nacional de Menores (SENAME). Os outros 11 detidos receberam advertência e aguardam citação do Fiscalía. Durante a audiência, o Ministério Público sugeriu possível envolvimento de professores do INBA nos eventos, incitando a violência.
Enquanto isso, o Instituto Nacional vivenciou incidentes semelhantes naquele dia: três indivíduos encapuzados entraram com material incendiário, interrompendo as aulas e causando um incêndio no pátio, rapidamente controlado. Um foi detido.
O prefeito de Santiago Mario Desbordes (RN) atribuiu os eventos a "grupos muito minoritários que atacam toda a comunidade escolar", enfatizando ações legais sob a Lei Aula Segura e rejeitando diálogo com os violentos: "Não dialogarei com alguém que lança um coquetel molotov". O subsecretário de Segurança Pública Rafael Collado afirmou que o governo avalia uma queixa criminal por delitos como portar coquetéis molotov sob a Lei de Armas.
Esses eventos revivem a violência no INBA após a tragédia de 2024, onde mais de 30 menores foram queimados em uma explosão.