Aznar exorta o PP à calma face ao avanço do Vox mas apela à mobilização dos cidadãos

O antigo presidente José María Aznar exortou o PP na quinta-feira a manter a calma face ao crescimento do Vox durante o lançamento do seu livro em Madrid. Ele apelou aos cidadãos para se mobilizarem contra a 'fissura' de Espanha e excluiu uma moção de censura contra o governo. Ele sublinhou que o PP permanece o único partido constitucionalista.

Na quinta-feira, 30 de outubro de 2025, José María Aznar apresentou o seu livro 'Order and Freedom: Non-Negotiable Principles and Tasks in Defense of Liberal Democracy' no Auditório Rafael del Pino em Madrid. Dirigindo-se a uma audiência que incluía o líder do PP Alberto Núñez Feijóo e antigos ministros como Jaime Mayor Oreja, Aznar discutiu a situação política em Espanha após escândalos de corrupção que erodiram o governo e beneficiaram o Vox, particularmente entre os eleitores jovens.

Aznar acalmou as fileiras do PP, referindo os assobios ao presidente valenciano Carlos Mazón no funeral das vítimas da DANA e a interpelação de Pedro Sánchez no Senado sobre o caso Koldo. 'Estar na oposição política é como preparar-se para um exame para se tornar inspetor fiscal ou notário. É uma situação infeliz porque se trabalha o dia todo mas não se obtêm resultados até ao exame', disse ele. Ele excluiu uma moção de censura: 'Se não há motivos para uma moção de censura, e não há, então devemos esperar pelas eleições. Alimentar a frustração alimenta as posições extremistas'.

Ele qualificou o Vox como 'xenófobo' e afirmou: 'O único partido constitucional que resta em Espanha é o PP. E o único objetivo do Vox é acabar com o PP'. Em contraste, apelou à responsabilidade dos cidadãos: 'Os espanhóis não podem ser espectadores da fissura de Espanha. Devemos intervir no destino do nosso país. (...) Quem pode fazer algo, deve fazê-lo'. Ele citou Antonio Maura: 'Espanha será reparada se os espanhóis deixarem de ser espectadores do seu próprio suicídio'.

Sobre assuntos internacionais, Aznar criticou o governo por apoiar o 'ditador da Venezuela', defendeu Israel em meio à situação em Gaza – 'Se Israel for derrotado, o Ocidente e Espanha são derrotados' – e lamentou o confronto com Donald Trump. Ele enfatizou que a liberdade vem das posições centrais, não dos extremos, em meio ao aumento dos populismos.

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