Um novo livro de Andreas Malm e Wim Carton questiona a dependência da tecnologia para enfrentar as mudanças climáticas, argumentando que isso perpetua a dependência de combustíveis fósseis. Intitulado 'The Long Heat', a obra examina como estratégias de remoção de carbono permitem emissões contínuas. A resenha da Grist destaca seu apelo urgente por mudança sistêmica.
Andreas Malm e Wim Carton, em seu livro de 2024 'The Long Heat' publicado pela Verso Books, oferecem uma crítica afiada ao que chamam de 'capitalismo climático'. Os autores afirmam que soluções tecnológicas, particularmente tecnologias de remoção de carbono, criam um enganoso 'carbono normal' onde emissões altas persistem enquanto os esforços se concentram em extrair CO2 da atmosfera.
A resenha na Grist, escrita por Kate Yoder, descreve o livro como uma mistura de análise histórica e alertas prospectivos. Malm e Carton rastreiam as raízes desse problema até a revolução dos combustíveis fósseis, traçando paralelos entre mudanças industriais passadas e propostas atuais de geoengenharia. Eles argumentam que a captura direta do ar e tecnologias semelhantes, frequentemente promovidas por bilionários e corporações, servem como válvula de escape para o capitalismo em vez de um caminho genuíno para a descarbonização.
Uma citação chave do livro, destacada na resenha, afirma: 'Os autores chamam isso de "carbono normal", um estado em que as emissões continuam sem freios enquanto o mundo se esforça para sugar CO2 da atmosfera.' Esse conceito reforça sua visão de que tais tecnologias adiam o abandono necessário dos combustíveis fósseis.
O livro também critica projetos específicos, como fertilização oceânica e geoengenharia solar, alertando para consequências ecológicas não intencionais. Malm, um estudioso sueco conhecido por trabalhos sobre transições energéticas, e Carton, um pesquisador belga, enfatizam que a ação climática verdadeira requer desmantelar estruturas capitalistas que priorizam o lucro sobre a saúde planetária.
A resenha de Yoder elogia a acessibilidade do livro, notando que seu comprimento de 200 páginas torna ideias complexas acessíveis. No entanto, aponta que a lente marxista dos autores pode polarizar leitores em busca de discussões neutras sobre políticas. No geral, 'The Long Heat' se posiciona como um manifesto contra o greenwashing, instando uma abordagem de 'degrowth' para evitar o aquecimento catastrófico.
A resenha situa o livro em debates em andamento, especialmente à medida que crescem os compromissos globais de remoção de carbono antes de cúpulas climáticas. Ao focar em dinâmicas de poder, Malm e Carton fornecem contexto para por que as emissões não diminuíram apesar de décadas de conscientização.