Especialistas pedem reformas tributária e previdenciária na Argentina

O secretário de imprensa da CAME, Salvador Femenia, e o especialista em tributos Marcelo Rodríguez destacaram a necessidade de reformas estruturais para aliviar a pressão sobre pequenas empresas e trabalhadores. Em entrevistas ao Canal E, ambos enfatizaram a importância de um sistema financeiro previsível e uma simplificação tributária clara. Sem consenso político, alertam, o progresso poderia ser limitado.

Em um contexto de incerteza econômica antes das eleições, Salvador Femenia, secretário de imprensa da CAME, descreveu a situação das pequenas e médias empresas (PMEs) como "muito complicada", com uma queda acentuada no consumo e limitações na demanda. Segundo Femenia, as expectativas negativas pioraram desde que o governo limitou os aumentos salariais por meio de negociações coletivas, afetando até datas importantes como o Dia das Mães. As PMEs, explicou ele, buscam não medidas extraordinárias, mas previsibilidade: "Precisamos de um contexto diferente, não pedimos nada especial, apenas um clima econômico melhor".

Femenia relatou uma leve recuperação da atividade entre outubro passado e março, mas a falta de confiança paralisou o setor novamente. "A previsibilidade faz com que você use ferramentas que as pessoas agora não querem usar, como métodos de pagamento eletrônico ou cartões de crédito", observou ele, culpando as altas taxas de juros e o medo da dívida. Ele insistiu em reformas urgentes: "Há necessidade de uma reforma tributária e previdenciária, e um sistema financeiro mais previsível." Além disso, alertou que cerca de 15.000 PMEs fecharam desde o início deste governo, com perdas de empregos, e a rotatividade laboral resulta em um saldo líquido zero. Para cada 1.000 pesos pagos a um funcionário, o empregador gasta 1.700 devido às altas contribuições trabalhistas.

Enquanto isso, o especialista em tributos Marcelo Rodríguez analisou o projeto de lei de reforma tributária planejado pelo governo para o Congresso. "Para enfrentar uma reforma tributária, o Estado deve ter claro o caminho que deseja seguir", afirmou ele, alertando que, sem uma direção definida, isso poderia prejudicar trabalhadores e aposentados. Rodríguez apoia a redução do imposto de renda para aliviar o ônus sobre os assalariados: "Sim, eu gostaria que os impostos fossem reduzidos, especialmente para diminuir o ônus fiscal sobre os trabalhadores assalariados." No entanto, ele alertou que cortar impostos sem compensação poderia alimentar a inflação. Ele citou a reforma de 2017 sob Mauricio Macri, que reduziu os impostos corporativos para impulsionar investimentos, e o atual Regime de Incentivo para Grandes Investimentos (RIGI).

Ambos os especialistas concordaram com a complexidade do atual sistema tributário. Rodríguez chamou de "missão impossível" ser contador devido à variedade de impostos, pedindo simplificação ao eliminar os prejudiciais, como o de renda bruta ou selos, enquanto dosa adequadamente os impostos sobre renda e patrimônio. Atualizar deduções, como os 20.000 pesos para manutenção de veículos, incentivaria setores como construção e indústria automotiva. Femenia pediu um amplo acordo político: "É necessário um acordo com a oposição porque envolve todos os três níveis de governo." Rodríguez acrescentou que o debate parlamentar, coincidindo com o Orçamento de 2026, definirá o escopo: "Se não houver consenso fiscal, baixaremos impostos de um lado e aumentaremos do outro".

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