Famous Brands e TFG enfrentam dificuldades com expansões offshore

Resultados financeiros recentes da Famous Brands e do The Foschini Group (TFG) destacam os perigos das estratégias de expansão offshore em meio a uma economia sul-africana desafiadora. Ambas as empresas viram quedas significativas nos preços de suas ações, com distrações da gestão contribuindo para desempenhos decepcionantes. Investidores questionam o foco no crescimento internacional em detrimento das operações domésticas principais.

A Famous Brands e o The Foschini Group (TFG) enfrentaram quedas acentuadas nos preços de suas ações, sublinhando os riscos de desviar a atenção da gestão para ventures no exterior. A Famous Brands perdeu 20% de seu valor no acumulado do ano, negociando em torno de R55 por ação, abaixo de mais de R165 em 2016. O TFG caiu 40% no mesmo período.

Para a Famous Brands, uma má alocação de capital tem sido um problema chave, exemplificado pela aquisição em 2016 da Gourmet Burger Kitchen, sediada no Reino Unido, que falhou financeiramente até 2020. A empresa permanece sobrecarregada por segmentos de baixo desempenho. Seu negócio de varejo reportou uma perda de R11,6 milhões em uma receita de R171 milhões para os seis meses até agosto. A Signature Brands, focada em restaurantes de serviço completo de alto padrão, viu sua margem operacional piorar para -7,0% de -6,7% no período anterior. A Wimpy UK fechou cinco restaurantes e abriu dois, gerando apenas R1 milhão em lucro operacional com uma margem de 2,2%.

Áreas principais mostram resultados mistos. Na Leading Brands, restaurantes de serviço rápido registraram crescimento de vendas like-for-like de 2,6%, com 53 novas lojas abertas e 10 fechadas, mas o lucro operacional permaneceu estável em R238 milhões. O negócio de manufatura performou melhor, com receita em alta de 10,8% e lucro operacional subindo 23,6%, melhorando as margens de 9,3% para 10,4%.

Os desafios do TFG espelham esses problemas. Em seu dia de mercados de capitais em agosto, a gestão visou uma taxa de crescimento anual composta de 12,5% nas vendas da TFG Africa até 2028, mas o crescimento real para os seis meses até setembro de 2025 foi de apenas 5,3%. Operações internacionais fraquejaram: o EBIT australiano caiu 18,4%, enquanto as vendas no Reino Unido subiram apenas 0,7% excluindo a aquisição da White Stuff. Custos financeiros dobraram ano a ano devido à dívida desse negócio. No geral, o TFG sinalizou uma queda de 20% a 25% no lucro por ação headline, provocando uma queda de 18% no preço da ação em cinco dias, retornando aos níveis de dezembro de 2020.

Esses resultados ilustram as dificuldades da expansão offshore em um mercado sul-africano de crescimento lento, onde empresas como Bidcorp e OUTsurance tiveram sucesso por meio de abordagens estáveis e focadas.

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