Governo federal autoriza transferência de dez presos do Rio para presídios federais

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, solicitou a transferência de dez líderes do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima, pedido autorizado pelo governo federal nesta terça-feira, 28 de outubro. A medida ocorre no dia de uma megaoperação policial na capital fluminense que resultou em pelo menos 64 mortes. Uma comitiva federal deve chegar ao Rio na quarta-feira, 29, para discutir a crise na segurança pública.

Nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025, o governador Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, pediu a transferência imediata de dez detentos identificados como principais lideranças do Comando Vermelho que atuam de dentro das prisões, conforme relatórios da polícia civil e penal. O pedido foi feito durante uma reunião com o ministro Rui Costa (Casa Civil), e autorizado pelo governo federal após consulta ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Castro participou por telefone, marcando o primeiro pleito relacionado à operação em curso.

A solicitação coincide com uma grande operação policial contra a expansão do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Envolvendo cerca de 2.500 agentes, a ação resultou em pelo menos 64 mortes, incluindo quatro policiais, tornando-se a mais letal da história da capital fluminense – superando o massacre do Jacarezinho em maio de 2021, com 28 óbitos. Até o fim do dia, 81 suspeitos foram presos e 72 fuzis apreendidos. O governo estadual visava cumprir 69 mandados de prisão em 180 endereços, descrevendo-a como a maior operação de segurança do estado.

O governo Lula descartou, por ora, a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas não se opõe a futuras decisões presidenciais. Uma comitiva com Rui Costa e o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) viajará ao Rio na quarta-feira, 29, para avaliar a situação e coordenar ações com o estado. Lewandowski classificou a operação como 'bastante cruenta' e negou ter recebido pedidos de apoio federal, contrariando acusações de Castro de que três solicitações por blindados foram negadas.

O Planalto rebateu insinuações de falta de apoio, afirmando que não houve consultas do governo fluminense. Auxiliares de Lula criticaram a operação como desastrosa e sem coordenação, acusando Castro de oportunismo eleitoral. O federal usou o episódio para cobrar celeridade do Congresso em projetos de segurança pública, como a PEC da Segurança Pública.

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