A líder da oposição venezuelana e vencedora do Prêmio Nobel da Paz María Corina Machado afirmou em uma entrevista à NPR que o país está em caos profundo sob o regime do presidente Nicolás Maduro. Falando de um esconderijo, ela pediu a remoção de Maduro, citando as eleições fraudulentas de 28 de julho de 2024, nas quais a oposição alegou uma vitória esmagadora. Machado apoiou o candidato Edmundo González e criticou Maduro como um forte ilegítimo liderando uma estrutura criminosa.
María Corina Machado, ex-legisladora venezuelana e crítica ferrenha do Partido Socialista Unido da Venezuela desde o final dos anos 1990, enfrentou graves repercussões do governo de Maduro. Proibida de concorrer a cargos públicos, alvejada por tiros, visada por promotores e forçada a se esconder após Maduro suceder Hugo Chávez em 2013, Machado falou com Ayesha Rascoe da NPR no sábado, ainda dentro das fronteiras da Venezuela.
A entrevista destacou as consequências da eleição presidencial de 28 de julho de 2024, que Machado descreveu como manipulada para permitir o terceiro mandato de Maduro. "Quero ser muito clara com isso: A mudança de regime já foi ordenada pelo povo venezuelano em 28 de julho de 2024", disse ela. A oposição provou uma vitória esmagadora com mais de 85% das atas originais de contagem, uma alegação apoiada por vários países latino-americanos e pelos Estados Unidos, que acusam Maduro de fraude eleitoral em meio a corrupção generalizada, colapso econômico e supressão da liberdade de expressão.
A crise da Venezuela levou mais de um quinto de seus residentes a fugir. Machado rejeitou a narrativa do regime de que a destituição de Maduro traria caos, insistindo: "A Venezuela está em caos profundo e total agora." Ela ecoou as alegações dos EUA de que Maduro chefia um cartel de drogas, culpando-o pela desestabilização regional e transformando a Venezuela em um refúgio para adversários dos EUA como Irã, China, Rússia, Hezbollah e Hamas. A administração Trump ordenou ataques a barcos suspeitos de tráfico de drogas e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões pela prisão de Maduro.
Sobre uma possível ação militar dos EUA, Machado evitou especulações, mas elogiou Trump como aliado, dedicando seu Prêmio Nobel a ele e ao povo da Venezuela. "Você não pode ter paz sem liberdade, e não pode ter liberdade sem força", disse ela, instando o fim da violência contra inocentes torturados, perseguidos e mortos pelo regime. Machado espera que a queda de Maduro possa levar a mudanças democráticas em Cuba e Nicarágua.