Pesquisadores descobrem gene que pode triplicar rendimentos de trigo

Cientistas da Universidade de Maryland identificaram um gene que permite que uma variedade rara de trigo produza três ovários por flor, potencialmente aumentando significativamente os rendimentos de grãos. Esta descoberta, detalhada em um estudo publicado em 14 de outubro de 2025 nos Proceedings of the National Academy of Sciences, oferece uma ferramenta genética para aprimorar a produção de alimentos em meio à crescente demanda global. A descoberta visa a ativação do gene WUSCHEL-D1 para criar estruturas extras portadoras de grãos nas flores de trigo.

O avanço centra-se em um mutante natural de trigo comum para pão, que forma três ovários em cada flor em vez do usual um. Cada ovário pode se desenvolver em um grão, potencialmente triplicando os grãos por planta. Os pesquisadores criaram um mapa genético detalhado deste trigo multi-ovário e o compararam ao trigo comum, identificando o gene WUSCHEL-D1 (WUS-D1) como o fator chave. Normalmente inativo, o WUS-D1 torna-se ativo nos mutantes precocemente durante a formação da flor, ampliando o tecido floral e permitindo o desenvolvimento de estruturas femininas adicionais como pistilos ou ovários.

"Identificar a base genética deste traço oferece um caminho para que os criadores o incorporem em novas variedades de trigo, potencialmente aumentando o número de grãos por espiga e o rendimento geral," disse Vijay Tiwari, Professor Associado de Ciências das Plantas e coautor do estudo. Ele acrescentou, "Ao empregar um kit de ferramentas de edição de genes, agora podemos nos concentrar em melhorar ainda mais este traço para aprimorar o rendimento de trigo. Esta descoberta fornece uma rota empolgante para desenvolver trigo híbrido de baixo custo."

O trigo, um cultivo básico que alimenta bilhões diariamente, enfrenta desafios de produção devido às mudanças climáticas, terras agrícolas limitadas, crescimento populacional e demanda crescente. Métodos tradicionais lutam para acompanhar o ritmo, tornando as melhorias de rendimento cruciais sem exigir mais terra, água ou fertilizante. Esta visão genética poderia permitir que os criadores ativem o WUS-D1, criando variedades de maior rendimento. A descoberta também pode se estender a outros cultivos de grãos, fomentando traços multi-ovário em outros lugares.

O estudo, liderado por Adam Schoen com coautores incluindo Yiping Qi, Angus Murphy, Nidhi Rawat e Daniel Rodriguez-Leal do Departamento de Ciências das Plantas da Universidade de Maryland, foi apoiado pelo Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura do Departamento de Agricultura dos EUA, pelo Conselho de Pesquisa Australiano, pela Royal Society e pela Fundação Yitpi.

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