Apesar de múltiplas reformas tributárias, as receitas do governo da Colômbia permanecem entre 14,4% e 16,6% do PIB até 2026, de acordo com uma análise do Observatório Fiscal da Universidad Javeriana. O estudo destaca uma defasagem nas projeções que excede a de países como o Chile, com superestimação acima de 4% do PIB. É previsto um déficit de até 8 trilhões de pesos para 2025.
O Observatório Fiscal da Universidad Javeriana divulgou uma análise que questiona a efetividade das reformas tributárias promovidas pelo governo do presidente Gustavo Petro. De acordo com o relatório, apesar da implementação de várias reformas, as receitas tributárias permanecerão estáveis, variando entre 14,4% e 16,6% do PIB de 2023 a 2026.
O estudo prevê uma defasagem de até 8 trilhões de pesos nas cifras de receitas para todo o ano de 2025. Para 2026, as receitas alcançariam 16,5% do PIB apenas se a reforma tributária proposta pelo governo, avaliada em 16,3 trilhões de pesos, for implementada; sem ela, ficariam em torno de 15,6% do PIB. No entanto, essas projeções no Orçamento Geral da Nação carecem de suporte em fatos verificáveis, segundo o observatório.
O desempenho das receitas confirma limitações estruturais dentro do sistema fiscal da Colômbia, independentes das reformas, afirmaram os economistas. Após repiques em 2021 e 2023, as receitas caíram abaixo de 15% do PIB. Até setembro de 2025, as receitas tributárias eram de 229,40 trilhões de pesos, um aumento de 10,9% em relação a 2024.
Pós-pandemia, as defasagens nas projeções da Colômbia excederam as do Chile, com superestimação acima de 4% do PIB. O governo adiantou impostos de 2026, como em 2023, inflando os cofres de 2025, mas desfinanciando o ano seguinte. Além disso, a expectativa de aumentar as receitas em 0,9% do PIB por meio da reforma de 2025 é irrealista, pois exigiria mudanças estruturais indefinidas e não explicadas, sem evidências de um ponto de inflexão no comportamento fiscal histórico.