Organizações não governamentais internacionais exortaram o governo da Nigéria e seus parceiros a agir rapidamente para salvar 600.000 crianças gravemente desnutridas nos estados do norte. O apelo foi feito durante a comemoração do 16º Dia Africano de Segurança Alimentar e Nutrição. Sem intervenção, 96.000 crianças correm risco de morte de outubro a dezembro de 2025.
Membros do Fórum de ONGs Internacionais da Nigéria, incluindo Save the Children, Action Against Hunger, Plan International, SOS Children’s Villages, Oxfam, CARE, CAFOD, Malteser International e INTEROS, comemoraram o 16º Dia Africano de Segurança Alimentar e Nutrição com uma coletiva de imprensa conjunta. Eles destacaram um relatório alarmante que projeta que 600.000 crianças menores de cinco anos nos estados de Adamawa, Borno, Yobe, Katsina, Sokoto e Zamfara enfrentarão desnutrição aguda grave (DAG) de outubro a dezembro de 2025.
Duncan Harvey, diretor do país da Save the Children, enfatizou a urgência, observando que 96.000 dessas crianças poderiam morrer sem tratamento salvador. «Isso significa que 1.000 crianças podem morrer diariamente devido à desnutrição», disse ele. Harvey compartilhou observações de primeira mão: «Eu estive em Katsina, Sokoto, e vi tantas crianças desnutridas. Os Médicos Sem Fronteiras nos disseram uma vez que eles registraram mais de 1.000 admissões de crianças desnutridas». Ele pediu ao governo federal que libere fundos para commodities nutricionais essenciais, como alimentos terapêuticos prontos para uso e leite produzido localmente, para lidar com a crise nos próximos três meses.
Thierno Diallo, diretor do país da Action Against Hunger, divulgou um relatório sobre segurança alimentar que revela que 31 milhões de nigerianos enfrentam insegurança alimentar e nutricional aguda. Isso afeta 5,4 milhões de crianças com desnutrição aguda, incluindo 3,5 milhões menores de cinco anos sofrendo de DAG, das quais 1,2 milhão requerem tratamento imediato.
Helen Idiong, diretora de Qualidade de Programas e Influência na Plan International Nigéria, leu recomendações que exortam o financiamento governamental de longo prazo para nutrição, segurança e desenvolvimento sustentáveis. Ela defendeu um compromisso político mais forte e a aplicação de políticas para reconhecer a segurança alimentar e nutricional como um direito humano fundamental. As ONGs internacionais alertaram que a desnutrição grave causa danos irreversíveis ao crescimento físico, desenvolvimento cognitivo e produtividade econômica, sublinhando a necessidade de ação coletiva para proteger o capital humano nacional.