James Comey é indiciado em meio aos esforços de retaliação de Trump
O ex-diretor do FBI James Comey foi indiciado por acusações relacionadas a supostos vazamentos da investigação sobre a Rússia. O movimento é visto como parte da campanha mais ampla do presidente Trump de retaliação política contra adversários percebidos. Especialistas legais alertam que isso pode minar a confiança institucional.
Em 27 de setembro de 2025, um grande júri federal em Washington, D.C., indiciou James Comey, o ex-diretor do FBI demitido pelo presidente Trump em 2017, por acusações de divulgação não autorizada de informações classificadas. A acusação decorre dos supostos vazamentos de Comey de memorandos detalhando suas interações com Trump durante a investigação inicial sobre a Rússia, o que os promotores afirmam que violou leis federais sobre o manuseio de materiais sensíveis.
De acordo com o arquivamento do Departamento de Justiça, as acusações incluem uma contagem de divulgação ilegal sob a Lei de Espionagem e duas contagens de fazer declarações falsas a investigadores. Os advogados de Comey chamaram a acusação de 'motivada politicamente', argumentando que ela revive um relatório do inspetor-geral de 2017 que o absolveu de irregularidades graves, mas observou falhas procedurais. 'Isso é uma escalada clara na retaliação da administração contra aqueles que defenderam o império da lei', disse o advogado de Comey, David Kendall, em um comunicado.
O caso se desenrola contra o pano de fundo das promessas repetidas de Trump de mirar em oficiais envolvidos em investigações sobre sua campanha de 2016. Trump, agora em seu segundo mandato, nomeou Lindsey Halligan como procuradora-geral interina, que supervisionou a investigação. Halligan, uma ex-advogada da campanha de Trump, enfrentou críticas por seu papel em demissões anteriores de casos contra aliados de Trump. A NPR relata que a acusação marca o mais recente em uma série de ações, incluindo investigações em ex-oficiais como John Brennan e Andrew McCabe.
A cobertura da Slate destaca tensões internas, notando que Tom Homan, o czar da fronteira de Trump, elogiou o movimento como 'justiça feita' durante uma coletiva na Casa Branca, enquanto críticos como a senadora Elizabeth Warren o denunciaram como 'um ataque à democracia'. Analistas legais, incluindo aqueles no podcast Amicus da Slate, apontam que, embora os memorandos tenham sido parcialmente desclassificados em 2017, as novas acusações se concentram nas comunicações privadas de Comey com um amigo, que levaram a relatórios da mídia.
O contexto de fundo revela que a demissão de Comey ocorreu em meio a controvérsias sobre seu manuseio da investigação de e-mails de Hillary Clinton, seguida de seu testemunho sobre interferência eleitoral russa. O relatório do inspetor-geral de 2018 criticou Comey por vazar, mas não encontrou intenção criminal. Nenhuma data de julgamento foi definida, e Comey, de 65 anos, não comentou publicamente além das declarações de sua equipe.
As implicações são significativas: apoiadores veem isso como accountability pelo excesso do FBI, enquanto opositores temem que isso iniba denúncias de irregularidades e politicize a justiça. Como nota um artigo da Slate, 'Esta acusação testa os limites do poder executivo ao mirar em predecessores.' O evento ocorreu em Washington, D.C., onde os tribunais federais lidam com tais casos de alto perfil.