Novo tratamento para asma mostra promessa em ensaio clínico
Pesquisadores apresentaram dados no congresso da European Respiratory Society mostrando que um novo medicamento reduz significativamente as exacerbações de asma. O ensaio de fase III envolveu mais de 1.000 pacientes e relatou uma redução de 40% em ataques graves. Especialistas saudaram os achados como um avanço potencial no manejo da asma.
O Congresso Internacional da European Respiratory Society (ERS), realizado em Barcelona de 7 a 11 de setembro de 2024, contou com uma apresentação principal sobre uma nova terapia biológica para asma grave. O estudo, liderado pela Dra. Maria Gonzalez da Universidade de Barcelona, avaliou o medicamento astrazumab em um ensaio randomizado, duplo-cego e controlado por placebo.
O ensaio inscreveu 1.248 adultos com asma de moderada a grave não controlada por terapias padrão. Os participantes receberam 300 mg de astrazumab por via subcutânea a cada quatro semanas ou placebo por 52 semanas. Os resultados mostraram que o grupo de tratamento experimentou 42% menos exacerbações graves em comparação ao placebo, com uma taxa anualizada de 0,68 versus 1,17 eventos por paciente-ano.
'Estes resultados demonstram uma melhoria substancial no controle da asma, potencialmente reduzindo o ônus sobre os pacientes e os sistemas de saúde', disse a Dra. Gonzalez durante sua apresentação. Os desfechos secundários incluíram uma melhoria de 25% na função pulmonar, medida pelo volume expiratório forçado em um segundo (FEV1), e melhores escores de qualidade de vida no Questionário de Controle da Asma.
O contexto sobre a asma destaca seu impacto: afeta mais de 260 milhões de pessoas em todo o mundo, causando 455.000 mortes anualmente, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Os biológicos atuais visam vias específicas como IgE ou IL-5, mas o astrazumab inibe de forma única a sinalização de IL-13 e IL-4, abordando uma resposta inflamatória mais ampla.
Os debatedores no congresso notaram as forças do ensaio, incluindo demografias de pacientes diversas na Europa e América do Norte, mas pediram dados de segurança a longo prazo. Nenhum evento adverso grave foi ligado ao medicamento além de reações leves no local da injeção em 12% dos participantes.
Os achados se baseiam em dados de fase II de 2023, que sugeriram eficácia em subtipos de asma eosinofílica. Se aprovado, o astrazumab poderia se juntar a terapias existentes como dupilumab, oferecendo outra opção para os 5-10% dos pacientes com asma grave.