Procuradores buscam arquivar caso principal contra Begoña Gómez

A Procuradoria Provincial de Madrid solicitou o arquivamento da investigação principal sobre Begoña Gómez, esposa do presidente Pedro Sánchez, por alegado tráfico de influências e outros crimes, citando ausência de indícios penais. A defesa de Gómez também pediu o arquivamento, argumentando que apenas o tráfico de influências poderia ir a um júri popular. A audiência ocorreu em 6 de outubro de 2025, perante o juiz Juan Carlos Peinado em Madrid.
Em 6 de outubro de 2025, em uma audiência convocada pelo juiz Juan Carlos Peinado do Tribunal de Instrução n. 41 de Madrid, os procuradores apresentaram um documento de 17 páginas solicitando o arquivamento do caso principal contra Begoña Gómez, sua assessora Cristina Álvarez e o empresário Juan Carlos Barrabés. O Ministério Público argumentou que não há "elemento objetivo" indicando que Gómez exerceu influência sobre terceiros, e que sua "mera relação matrimonial" com o presidente não presume um crime. "Além de considerações éticas ou estéticas, a mera relação matrimonial de Gómez não pode operar como uma espécie de presunção [...] que se traduz em prevalência e influência de relevância penal", afirma o documento da procuradoria.
A defesa de Gómez, representada pelo ex-ministro Antonio Camacho – que compareceu em seu lugar, pois ela estava ausente como em convocações anteriores – também solicitou o arquivamento. Camacho afirmou que não há indícios e criticou as "fórmulas estereotipadas e vazias" do juiz para justificar um julgamento por júri. Ele insistiu que apenas o tráfico de influências poderia seguir esse caminho, excluindo a apropriação indébita do software de sua cátedra na UCM por falta de conexão e "intenção de lucro".
O caso, iniciado em 8 de abril de 2024 após uma denúncia da Manos Limpias baseada em recortes de imprensa – alguns falsos – investiga quatro crimes neste âmbito: tráfico de influências, corrupção nos negócios, apropriação indébita de marca e intrusão profissional. Ele se relaciona com cartas de recomendação assinadas por Gómez para as empresas de Barrabés, que venceram licitações de milhões de euros da Red.es, e o software da cátedra. Um relatório do IGAE observou irregularidades administrativas, mas não penais.
As acusações populares, como a Hazte Oír, pediram a continuação e um novo interrogatório de Pedro Sánchez sobre a UCM. A Advocacia do Estado e as defesas de Álvarez e Barrabés – também ausentes – apoiaram o arquivamento. Peinado recentemente estendeu o procedimento a júri popular, mas os procuradores veem as acusações como forçadas. A UCM foi convidada a se juntar como parte lesada quanto ao software, embora sua investigação não tenha encontrado registro por Gómez e o objetivo da cátedra não era seu desenvolvimento.