Regulador antitruste do Reino Unido mira domínio de buscas do Google
A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido designou o Google com status de mercado estratégico em buscas e publicidade de buscas, confirmando seu poder de mercado substancial. Esse passo sob o novo regime de mercados digitais pode levar a intervenções que promovam a concorrência. O Google contestou, destacando suas contribuições econômicas ao Reino Unido.
A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) anunciou em 10 de outubro de 2025 que o Google detém status de mercado estratégico no Reino Unido, especificamente em buscas e publicidade de buscas. Essa designação decorre do regime de concorrência em mercados digitais do Reino Unido, promulgado no início de 2025. Após uma investigação lançada logo após a introdução do regime, a CMA determinou que o Google possui poder de mercado substancial e enraizado, com mais de 90 por cento de participação nas buscas na internet no Reino Unido. O rótulo não implica atividade ilegal, mas abre a porta para medidas regulatórias.
Recursos de IA generativa complicam o cenário. Embora o assistente de IA Gemini do Google fique fora do escopo, ferramentas relacionadas como Visões Gerais de IA e Modo IA estão incluídas. Consultas sobre possíveis intervenções para fomentar a concorrência começarão mais adiante em 2025, com medidas iniciais possivelmente anunciadas na primeira metade de 2026. Essas podem se basear em iniciativas voluntárias do Reino Unido ou soluções regionais, como conceder aos editores maior controle sobre o uso de dados em buscas ou introduzir telas de escolha para serviços de busca alternativos.
O Google reagiu, enfatizando seus benefícios para a economia do Reino Unido. Em um comunicado, a empresa observou: "O Google Search contribui bilhões de libras por ano para a economia do Reino Unido—£118 bilhões em 2023 sozinho." Ele credita o acesso antecipado a novos recursos, incluindo os baseados em IA, por evitar restrições mais rigorosas no estilo europeu. No entanto, o Google alertou que limites adicionais podem atrasar tais inovações para usuários do Reino Unido, semelhante aos atrasos na UE. Debbie Weinstein, presidente do Google para EMEA, citou o lançamento atrasado de Visões Gerais de IA na UE como um exemplo de desvantagens regulatórias.
Essa medida alinha-se com um escrutínio europeu mais amplo, incluindo o Digital Markets Act da UE, que rotula o Google como gatekeeper ao lado de empresas como Apple e Meta. O Google criticou tais leis por prejudicar os negócios e pediu um "reset" do DMA.