Criativos do Reino Unido apoiam leis propostas para treinamento de IA
Uma coalizão de músicos, artistas e escritores do Reino Unido expressou apoio a uma nova legislação para regular como os sistemas de IA são treinados em obras criativas. O apoio surge em meio a crescentes preocupações com o uso não autorizado de material protegido por direitos autorais no desenvolvimento de IA. A proposta, delineada por um proeminente professor de direito, visa equilibrar a inovação com os direitos dos criadores.
Em um desenvolvimento recente, mais de 200 criativos baseados no Reino Unido endossaram um quadro legal proposto pelo Professor Lionel Bently da Universidade de Cambridge para governar as práticas de treinamento de IA. A iniciativa busca garantir que empresas de IA obtenham permissões ou forneçam compensação ao usar conteúdo protegido por direitos autorais para treinar modelos de linguagem grandes e ferramentas generativas.
O apoio foi anunciado em 10 de outubro de 2023, por meio de uma carta aberta coordenada pela Creators' Rights Alliance. Os signatários incluem figuras notáveis como o músico Ed Sheeran e o autor Philip Pullman, que enfatizaram a necessidade de integração ética da IA nas indústrias criativas. 'A IA tem o potencial de revolucionar a criatividade, mas apenas se respeitar as obras fundamentais dos artistas humanos', declarou Pullman na carta.
A proposta do Professor Bently, detalhada em um white paper publicado no mês passado, defende um sistema de 'opt-in' onde os criadores podem controlar como suas obras são usadas em conjuntos de dados de IA. Ela também exige requisitos de transparência, obrigando os desenvolvedores de IA a divulgar fontes de dados de treinamento. Isso ocorre no contexto de ações judiciais de alto perfil, como as movidas por artistas visuais contra a Stability AI nos EUA, destacando tensões globais sobre a dependência da IA em conteúdo raspado da internet.
Os proponentes argumentam que tais leis protegeriam os meios de subsistência no setor criativo do Reino Unido, avaliado em £100 bilhões e que emprega mais de 2 milhões de pessoas. No entanto, grupos da indústria tecnológica, como a AI Alliance, alertaram que regras excessivamente restritivas poderiam sufocar a inovação e desacelerar os avanços em IA benéficos para todos os setores. Bently rebate que o quadro inclui disposições para uso justo em pesquisa, visando uma abordagem equilibrada.
O endosso provocou discussões em Westminster, com a Secretária de Cultura Lucy Frazer indicando interesse do governo em consultar partes interessadas antes do final do ano. Se promulgadas, as leis poderiam estabelecer um precedente para regulamentações em toda a Europa sob o próximo AI Act.