As criptomoedas sofreram um forte crash repentino no fim de semana após as ameaças do presidente Donald Trump de impor novas tarifas sobre importações chinesas, apagando bilhões em valor de mercado. O Bitcoin caiu de máximas próximas a US$ 126.000 para abaixo de US$ 105.000, enquanto outros ativos como Ethereum e Dogecoin registraram quedas ainda mais acentuadas. O evento destacou a volatilidade do setor em meio a negociações alavancadas e tensões comerciais globais.
O mercado de criptomoedas despencou na sexta-feira, 13 de outubro de 2025, após o presidente Trump anunciar ameaças de tarifas de 100% sobre importações da China, desencadeando uma venda em massa de aversão ao risco. Os investidores fugiram para refúgios seguros como ouro e títulos do Tesouro, com o Nasdaq Composite, pesado em tecnologia, caindo 3,56% e o S&P 500 registrando seu pior dia desde abril. O Bitcoin, a maior criptomoeda, caiu de cerca de US$ 122.500 para um mínimo de US$ 104.600 na tarde de sexta-feira, antes de cair ainda mais para cerca de US$ 107.000 no sábado. O Ethereum despencou cerca de 21% em alguns relatórios, ou quase 11% para US$ 3.878 em outros, recuperando-se posteriormente acima de US$ 4.100. As altcoins enfrentaram perdas mais pesadas: Dogecoin caiu mais de 50%, Solana e Cardano até 30%, e um índice de altcoins até 40% em minutos.
O crash liquidou um recorde de US$ 19 bilhões em posições, afetando cerca de 1,6 milhão de traders, de acordo com dados da CoinGlass e The Kobeissi Letter. As perdas totais do mercado atingiram aproximadamente US$ 500 bilhões, com US$ 20 bilhões em eliminações imediatas registradas. Apostas altamente alavancadas amplificaram a queda, levando a fechamentos automáticos pelas exchanges. "A venda agressiva de cripto foi desencadeada por uma debandada de aversão ao risco", disse Lukman Otunuga, analista sênior de mercado da FXTM. "O movimento de sexta-feira foi um exemplo clássico de como a alavancagem pode amplificar a volatilidade de curto prazo", acrescentou Samir Kerbage, CIO da Hashdex.
Especulações surgiram sobre possível insider trading após uma conta anônima shortar Bitcoin 30 minutos antes do crash, supostamente lucrando US$ 88 milhões, embora as alegações permaneçam sem comprovação. A Binance relatou falhas técnicas breves, incluindo um descolamento de stablecoin do dólar americano. Na segunda-feira, o Bitcoin se estabilizou em torno de US$ 115.000, abaixo de seu recorde de 6 de outubro de US$ 126.272, com capitalização de mercado em cerca de US$ 2,3 trilhões. "O banho de sangue... é um lembrete brutal de que... os riscos são amplificados", alertou Nic Puckrin da The Coin Bureau, notando que o evento eliminou alavancagem excessiva, mas deixou incerteza em meio a tensões geopolíticas. Apesar de rebotes parciais, especialistas alertam para a volatilidade contínua neste mercado 24/7.