A Fitch Ratings reafirmou a classificação internacional da Ecopetrol em BB+ com perspectiva negativa, mantendo a classificação nacional de longo prazo em AAA com perspectiva estável. Essas avaliações refletem os estreitos laços da companhia petrolífera estatal com o governo colombiano. No entanto, atrasos nos pagamentos do governo e mudanças no conselho de administração podem impactar sua liquidez e operações futuras.
A Fitch Ratings anunciou que a classificação internacional da Ecopetrol em moeda estrangeira e local permanece em BB+ com perspectiva negativa, e a classificação nacional de longo prazo em AAA com perspectiva estável. Essa decisão, tomada em 30 de outubro de 2025, destaca a forte conexão da empresa com o governo colombiano, cuja classificação soberana influenciou a mudança de perspectiva de estável para negativa em março de 2025.
A liquidez da Ecopetrol foi impactada por atrasos nos pagamentos do Fundo de Estabilização de Preços de Combustíveis (Fepc), que compensa os déficits da venda de gasolina e diesel a preços locais abaixo dos níveis de exportação. “A Fitch espera que o saldo do Fepc continue diminuindo à medida que o governo implementa ajustes de preços, caindo abaixo de US$ 1.000 milhões até o final de 2025, com impacto menor na liquidez da Ecopetrol”, afirmou a agência em seu comunicado.
Para 2025, a Fitch prevê uma produção total de hidrocarbonetos de 744.000 barris de óleo equivalente por dia (boepd). As reservas comprovadas (1P) estão em 1.893 milhões de boepd, com uma vida útil de 8,2 anos no final de 2024 e 8,4 anos em 2025, assumindo uma taxa de reposição de reservas de 100%. O custo de ciclo completo após impostos subiu para uma média de US$ 51,75 por boepd nos últimos três anos.
No entanto, a Fitch alertou sobre a composição do conselho de administração, com renúncias e mudanças de estratégia que questionam sua independência, o que pode afetar o crescimento de reservas, a produção e o acesso ao mercado de títulos. A liquidez permanece forte, com US$ 2.500 milhões em caixa em 30 de junho de 2025, e acesso sólido ao mercado de capitais.
Fatores que podem levar a uma rebaixamento incluem uma rebaixamento soberano para a Colômbia, enfraquecimento do vínculo com o governo, atrasos na execução do negócio, alavancagem acima de 2,5x ou reservas 1P abaixo de 1.500 milhões de barris.