Dois agentes aposentados do FBI que investigaram o atentado ao World Trade Center de 1993 condenaram o candidato a prefeito de Nova York Zohran Mamdani por fazer campanha ao lado do Imam Siraj Wahhaj, um clérigo com laços com o cérebro do atentado. Mamdani participou de orações na mesquita de Wahhaj em Brooklyn e postou uma foto elogiando-o como pilar da comunidade. Críticos, incluindo reformistas muçulmanos, alertam que a aliança promove o extremismo.
Na sexta-feira, o indicado democrata a prefeito de Nova York Zohran Mamdani visitou a Masjid at-Taqwa no bairro Bedford-Stuyvesant, em Brooklyn, para orações. Mais tarde, ele compartilhou uma foto nas redes sociais sorrindo com o Imam Siraj Wahhaj, descrevendo-o como "um dos principais líderes muçulmanos da nação e um pilar da comunidade de Bed-Stuy". Isso ocorreu no meio da campanha de Mamdani para prefeito, quando ele era um bebê durante o atentado ao World Trade Center de 1993, ao qual Wahhaj está ligado por associações passadas.
O agente aposentado do FBI Frank Pellegrino, que investigou o ataque de 26 de fevereiro de 1993, chamou o abraço de Mamdani a Wahhaj de um exemplo de "ignorância da história". Ele afirmou: "Ou ele não sabe quem é Wahhaj ou não se importa. Qualquer que seja o caso, Mamdani parece tolo".
John Anticev, o agente principal do caso do atentado, ecoou isso, dizendo: "Todo mundo na política deve estar ciente das pessoas cujo endosso estão recebendo. O Imam Siraj Wahhaj tem sido um clérigo que endossou uma agenda radical".
Wahhaj, nascido Jeffrey Kearse, fundou a mesquita em 1981. Promotores notaram que ele patrocinou aparições do Sheikh Omar Abdel Rahman, o 'Sheikh Cego' condenado por orquestrar o plano de 1993. Wahhaj serviu como testemunha de caráter para Abdel Rahman, chamando-o de "erudito respeitado", e arrecadou fundos para a defesa de El Sayyid Nosair, que foi condenado por conspiração sediciosa relacionada ao atentado. Wahhaj negou envolvimento no ataque e não foi acusado.
A reformista muçulmana Dalia Ziada, pesquisadora no Institute for the Study of Global Antisemitism and Policy, expressou preocupação: "Ao abraçar Wahhaj, Zohran Mamdani está marginalizando muçulmanos moderados e normalizando uma ideologia extremista que outrora inspirou terror em solo americano".
Soraya Deen, fundadora do Muslim Women Speakers Movement, descreveu uma palestra de Wahhaj em 2005 como uma chamada para "destruir a América e tornar o Islã grande", rotulando a foto com Mamdani como "perigosa para a América e perigosa para os muçulmanos".
A história de Wahhaj inclui pregações contra a democracia americana, apoio à lei islâmica estrita e arrecadação de fundos para figuras como Aafia Siddiqui, conhecida como 'Lady Al Qaeda'. Em junho, um PAC que apoia Mamdani recebeu US$ 100.000 de um fundo ligado ao Council on American-Islamic Relations, designado como co-conspirador não indiciado em um caso de financiamento do Hamas. Wahhaj não respondeu a pedidos de comentário.