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Investigação da Reuters Contesta Relato Israelense do Ataque ao Hospital de Gaza

28 de setembro de 2025
Reportado por IA
Verificado

Uma investigação da Reuters revelou evidências que contradizem a explicação do exército israelense para um ataque de 25 de agosto de 2025 ao Hospital Nasser em Gaza, que matou 22 pessoas, incluindo cinco jornalistas. A investigação mostra que as forças israelenses identificaram erroneamente uma câmera da Reuters como equipamento do Hamas, desafiando as reivindicações de que o ataque visava infraestrutura militante. Isso gerou demandas por transparência e responsabilidade em meio ao conflito contínuo na região.

O Ataque e as Afirmações Iniciais

Em 25 de agosto de 2025, as forças israelenses realizaram um ataque ao Hospital Nasser no sul de Gaza, resultando na morte de 22 indivíduos, incluindo cinco jornalistas de veículos como Reuters, The Associated Press e Al Jazeera. O ataque envolveu dois strikes, com o primeiro atingindo um cameraman da Reuters e o segundo causando mais baixas entre os presentes no local. Funcionários de saúde palestinos e testemunhas oculares descreveram cenas de devastação, com destroços e pessoas feridas espalhados pelo complexo hospitalar.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que o ataque visava o que eles acreditavam ser uma câmera de vigilância do Hamas no telhado do hospital. Um porta-voz das IDF explicou que a inteligência indicava que o dispositivo era usado por militantes, e a ação visava neutralizar uma ameaça percebida. Essa conta foi emitida logo após o incidente, enfatizando que civis e jornalistas não eram os alvos pretendidos.

No entanto, uma investigação da Reuters lançada em 26 de setembro de 2025 analisou evidências visuais, incluindo imagens de satélite, filmagens de vídeo e avaliações de especialistas, concluindo que a câmera alvo pertencia à Reuters. O relatório destaca discrepâncias, como a ausência de evidências ligando o dispositivo ao Hamas, e sugere que uma identificação errada levou ao resultado fatal. Isso desafia a narrativa das IDF e levanta preocupações sobre a precisão dos processos de targeting em áreas densamente povoadas.

Linha do Tempo de Eventos

  • 25 de agosto de 2025, início da manhã: As forças israelenses atacam o Hospital Nasser em Khan Younis, no sul de Gaza. O primeiro strike mata um cameraman da Reuters que operava uma câmera de transmissão ao vivo, seguido de um segundo strike que mata jornalistas e civis adicionais.

  • 25 de agosto de 2025, mais tarde naquele dia: O ministério da saúde de Gaza relata pelo menos 20 mortes, posteriormente atualizado para 22, incluindo cinco jornalistas. O Comitê para Proteger Jornalistas condena o ataque e exige responsabilidade.

  • 26 de agosto de 2025: As IDF lançam uma declaração alegando que os strikes visavam uma câmera do Hamas, sem fornecer evidências de suporte. Agências de notícias como Reuters e AP demandam explicações para as mortes de seu pessoal.

  • 26 de setembro de 2025: A Reuters publica suas descobertas investigativas, usando análise visual para demonstrar que a câmera era delas e não afiliada ao Hamas. O relatório inclui avaliações balísticas mostrando que os strikes originaram de posições israelenses.

Essa sequência, extraída de vários relatórios e contas no local, ilustra a escalada rápida e o escrutínio subsequente após o evento.

Contexto e Antecedentes

O incidente no Hospital Nasser ocorre em meio a operações militares israelenses intensificadas em Gaza, que escalaram em setembro de 2025 com assaltos terrestres à Cidade de Gaza. O conflito, originado do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra Israel, levou a uma destruição generalizada em Gaza, com hospitais frequentemente pegos no fogo cruzado. Israel acusou o Hamas de usar instalações médicas como escudos para atividades militares, uma reivindicação negada por autoridades palestinas e grupos de direitos humanos.

O Hospital Nasser, um centro médico chave em Khan Younis, tem sido um recurso vital para tratar feridos em meio à guerra em curso. Ele enfrentou múltiplas ameaças e danos, incluindo evacuações e bombardeios anteriores. O strike de 25 de agosto adicionou ao número crescente de mortes de jornalistas em Gaza, com organizações como o Comitê para Proteger Jornalistas notando mais de 100 trabalhadores de mídia mortos desde o início do conflito.

Especialistas analisaram a forense do strike. Uma revisão balística referenciada no relatório da Reuters indica que os padrões de dano se alinham com munições israelenses, contradizendo qualquer sugestão de erros internos militantes. "A precisão do strike sugere targeting avançado, mas a identificação errada aponta para falhas na verificação de inteligência", disse um analista militar do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, falando sob condição de anonimidade.

Perspectivas dos Envolvidos e Citações

Funcionários palestinos e grupos de mídia rotularam o strike como um ataque deliberado contra jornalistas e civis. "Isso foi um assalto à liberdade de imprensa e outro crime de guerra", afirmou um porta-voz do ministério da saúde de Gaza, ecoando sentimentos do governo da Turquia, que condenou o incidente de forma semelhante.

Funcionários israelenses mantêm sua posição, mas iniciaram uma investigação. "Os jornalistas não eram o alvo, e estamos revisando as circunstâncias", um porta-voz das IDF disse à Reuters em 26 de agosto de 2025. O exército israelense ampliou sua investigação interna em meio a perguntas sobre a autorização dos strikes.

Reações internacionais foram diretas. Agnes Callamard da Anistia Internacional chamou por uma investigação independente, afirmando: "Evidências visuais demandam responsabilidade para upholding o direito humanitário internacional." The Associated Press e Reuters conjuntamente demandaram respostas de Israel, enfatizando a necessidade de proteções para jornalistas em zonas de conflito.

Uma testemunha ocular, um trabalhador do hospital que sobreviveu, descreveu o caos: "Ouvimos a primeira explosão, então outra. Foi aterrorizante; estávamos apenas tentando ajudar os feridos." Contas como essas, capturadas em relatórios de Al Jazeera e outros, humanizam o custo para aqueles que prestam serviços essenciais.

Visões divergentes persistem: Enquanto Israel insiste em targeting ativos militantes, a investigação da Reuters apresenta evidência de erro, e grupos de direitos humanos argumentam que exemplifica padrões mais amplos de força desproporcional. Especialistas legais, incluindo aqueles da Al Jazeera, urgiram investigações em crimes de guerra potenciais, citando a natureza 'double-tap' dos strikes.

Implicações e Impactos Potenciais

As descobertas da Reuters poderiam influenciar relações diplomáticas, particularmente com aliados de Israel. Os Estados Unidos, um apoiador chave, podem enfrentar pressão crescente para condicionar ajuda a melhorias na proteção civil. Economicamente, o dano ao Hospital Nasser agrava a crise de saúde de Gaza, com a Organização Mundial da Saúde advertindo sobre fechamentos iminentes devido a ofensivas em curso.

Em termos de política, o incidente reforça chamadas por negociações de cessar-fogo e envolvimento do TPI. Ele destaca desafios na aplicação de regras de engajamento na guerra urbana, onde identificações erradas podem levar a altas baixas civis. Se mais evidências confirmarem targeting intencional, poderia resultar em sanções ou ações legais contra as partes responsáveis.

Socialmente, o strike aprofunda divisões, erodindo a confiança em narrativas oficiais e alimentando ressentimento em Gaza. Em Israel, opiniões variam, com alguns defendendo ações militares e outros advogando por maior escrutínio. Globalmente, ele sublinha os riscos para jornalistas, incentivando organizações como o Comitê para Proteger Jornalistas a pressionar por condições de reportagem mais seguras.

À medida que as investigações prosseguem, o acesso ao local por especialistas independentes permanece crucial. A evidência apresentada pela Reuters muda o discurso, instando todas as partes a priorizar a segurança civil e a transparência na busca por uma paz duradoura.

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