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Estudo sugere causa das misteriosas luzes will-o'-the-wisps

30 de setembro de 2025
Reportado por IA

Cientistas podem ter descoberto as origens das will-o'-the-wisps, as luzes assustadoras relatadas há muito tempo em pântanos e marismas. Um novo estudo propõe que elas resultam da combustão espontânea do gás fosfina produzido por matéria orgânica em decomposição. Essa explicação poderia resolver um mistério natural de séculos.

As will-o'-the-wisps, também conhecidas como ignis fatuus ou fogo tolo, fascinaram e assustaram as pessoas por séculos. Essas luzes piscantes, frequentemente vistas pairando sobre áreas úmidas à noite, são proeminentes no folclore de diversas culturas, desde histórias de fantasmas europeias até contos indígenas nas Américas.

Um estudo publicado em 10 de outubro de 2024 na revista Atmospheric Chemistry and Physics oferece um avanço científico. Pesquisadores liderados pelo químico atmosférico Matthew Johnson da Universidade de Copenhague simularam o fenômeno em laboratório. Eles descobriram que o fosfino (PH3), um gás altamente inflamável gerado por bactérias que decompõem material orgânico em ambientes de pântano com pouco oxigênio, pode se inflamar espontaneamente ao entrar em contato com o ar.

"A chave é a baixa energia de ignição necessária para o fosfino", explicou Johnson. "Mesmo uma pequena faísca ou descarga estática em condições úmidas pode ativá-lo, criando o brilho azul-verde observado e o movimento errático à medida que o gás sobe."

Teorias anteriores incluíam fungos bioluminescentes, faíscas piezoelétricas de quartzo no solo ou até faróis de carros distantes. No entanto, os experimentos da equipe de Copenhague descartaram muitas delas ao recriar as luzes usando liberações controladas de misturas de fosfino e metano. As luzes duraram de segundos a minutos, correspondendo a relatos de testemunhas oculares, e emitiram uma assinatura espectral consistente com a combustão de fosfatos.

Essa descoberta se baseia em trabalhos anteriores do século XVIII, quando o físico italiano Alessandro Volta isolou pela primeira vez os gases dos pântanos. No entanto, a observação direta das will-o'-the-wisps permanece rara devido à sua imprevisibilidade e locais remotos. O estudo enfatiza que as mudanças climáticas, ao alterar as taxas de decomposição em áreas úmidas, podem influenciar avistamentos futuros.

Embora nem todos os relatos históricos se encaixem nesse modelo — alguns podem vir de outros gases como a difosfina —, a pesquisa fornece um mecanismo plausível para a maioria dos casos. Ela destaca a interseção entre química e folclore, desmistificando um fenômeno outrora atribuído a espíritos.

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