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Geleiras suíças perdem volume significativo em 2023

02 de outubro de 2025
Reportado por IA

As geleiras suíças continuaram seu declínio rápido em 2023, perdendo 6,3% de seu volume restante em meio a altas temperaturas e baixa precipitação de neve. Isso marca a segunda maior perda anual registrada, após uma queda de 6,7% em 2022. Glaciologistas alertam que o derretimento contínuo ameaça os recursos hídricos e ecossistemas nos Alpes.

A Rede de Monitoramento de Geleiras Suíças (GLAMOS) relatou que as geleiras do país perderam 6,3% de seu volume entre outubro de 2022 e setembro de 2023, reduzindo o volume total de gelo para cerca de 58 quilômetros cúbicos. Essa medição, baseada em dados de 90 geleiras monitoradas, representa a segunda maior perda anual desde que as observações sistemáticas começaram em 1960. Apenas o declínio de 6,7% do ano anterior foi mais grave.

O derretimento foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo precipitação de neve invernal incomumente baixa e ondas de calor extremas no verão. 'O verão de 2023 foi um dos mais quentes já registrados, acelerando a perda de gelo nos Alpes', disse Matthias Huss, glaciologista da ETH Zurique e coordenador da GLAMOS. Geleiras específicas mostraram graus variados de recuo: a Geleira Gorner perdeu 3,8% de seu volume, enquanto a Geleira Aletsch, a maior da Europa, registrou uma redução de 2,7%.

Desde o virar do milênio, as geleiras suíças perderam mais da metade de seu volume, com mais de 50% desaparecendo apenas entre 2000 e 2023. Essa tendência se alinha com padrões climáticos mais amplos na região, onde temperaturas em ascensão — agora 2°C acima dos níveis pré-industriais nos Alpes — encurtaram a temporada de acumulação e estenderam os períodos de derretimento. Huss enfatizou as implicações: 'As geleiras atuam como reservatórios naturais, fornecendo água de verão para rios, agricultura e hidrelétricas. Sua perda contínua pode levar a escassez de água durante períodos secos.'

Os dados da GLAMOS, coletados por meio de medições de campo, imagens de satélite e modelagem, destacam a urgência da redução de emissões. Não surgiram relatórios contraditórios da única fonte, mas especialistas observam que, embora a perda de 2023 tenha sido grave, um verão mais frio em 2024 pode desacelerar ligeiramente o ritmo. Ainda assim, a trajetória de longo prazo permanece descendente, com projeções indicando que a maioria das geleiras suíças poderia desaparecer até 2050 se o aquecimento global exceder 1,5°C.

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