O Departamento de Transportes dos EUA revogou a aprovação para 13 rotas operadas por companhias aéreas mexicanas em seu território, acusando o México de violar o acordo bilateral de aviação por meio de decretos que reduziram as operações no AICM e proibiram voos de carga lá. A medida, efetiva a partir de 7 de novembro para algumas rotas, afeta a Viva Aerobus, Aeroméxico e Volaris, e pode levar à perda de 202.500 turistas dos EUA e 266 milhões de dólares na temporada de inverno. A presidente Claudia Sheinbaum rejeitou a decisão, defendendo a soberania mexicana.
Na terça-feira, 28 de outubro de 2025, o Departamento de Transportes dos EUA (DOT) anunciou a revogação de 13 rotas de companhias aéreas mexicanas, citando violações do acordo bilateral de aviação de 2016. As razões incluem dois decretos do ex-presidente Andrés Manuel López Obrador: um em 2022 que reduziu as operações horárias no Aeroporto Internacional da Cidade do México (AICM) de 61 para 52, e outro em 2023 que as baixou para 43 e proibiu voos de carga no AICM, forçando a relocação para o Aeroporto Internacional Felipe Ángeles (AIFA). Em 2025, as operações aumentaram apenas para 44 por hora. O DOT considera essas medidas anticompetitivas, prejudicando as companhias aéreas dos EUA ao aumentar custos e complicar operações.
As rotas afetadas são: para a Aeroméxico, AIFA-Houston e AIFA-McAllen (suspensão a partir de 7 de novembro), e AICM-San Juan (início em 29 de outubro, suspensão imediata); para a Volaris, AICM-Newark (início planejado em 2 de novembro de 2025); e para a Viva Aerobus, nove rotas de AIFA para Austin, Chicago, Dallas/Fort Worth, Denver, Houston, Los Angeles, Miami, New York e Orlando (novembro a dezembro). A Viva Aerobus, a mais impactada, lamentou o 'aviso curto' e seu efeito em milhares de passageiros durante a temporada de férias de dezembro a março.
O ex-secretário de Turismo Miguel Torruco Marqués estimou uma perda de 202.500 turistas dos EUA no inverno, uma contração de 3%, e 266 milhões de dólares, afetando destinos como Cancún, Puerto Vallarta, Los Cabos e Mazatlán. Octavio de la Torre, da Concanaco Servytur, alertou sobre impactos no turismo de negócios e planeja reuniões com a secretária de Turismo Josefina Rodríguez Zamora e o secretário de Comunicações e Transportes Jesús Antonio Esteva.
A presidente Claudia Sheinbaum afirmou que não há 'razão' para a medida, que o AIFA está funcionando bem e que o México 'não é a piñata de ninguém', defendendo a relocação de carga por segurança. O SICT esclareceu que a proibição no AICM não viola o acordo e upholds a soberania nacional. Analistas como Juan Carlos Machorro veem a ação como um golpe nas operações internacionais do AIFA e possível pressão para a renegociação do TMEC em 2026. O secretário de Transportes dos EUA Sean Duffy disse que Trump fará cumprir o acordo, criticando a fraqueza de Biden. O DOT permite 14 dias para comentários sobre uma possível proibição adicional de voos combinados de passageiros e carga do AICM.
