Árvores da Amazônia estão crescendo maiores segundo novo estudo
As árvores na floresta amazônica estão aumentando de tamanho, um fenômeno descrito como o 'engordamento' da floresta, de acordo com uma pesquisa publicada na Nature. Cientistas analisaram décadas de dados mostrando que essas árvores estão armazenando mais carbono à medida que crescem maiores. Essa descoberta sugere benefícios potenciais para os esforços climáticos globais.
Um estudo publicado na revista Nature revelou que árvores em toda a floresta amazônica estão crescendo maiores e mais densas, um processo que os pesquisadores chamaram de 'engordamento' da floresta. Liderado por cientistas da Universidade de Oxford e colaboradores de instituições no Brasil e nos Estados Unidos, a pesquisa se baseia em dados de monitoramento de longo prazo de parcelas florestais que abrangem a bacia do Amazonas.
A investigação, que abrange mais de 30 anos de observações, indica que o tamanho médio das árvores aumentou significativamente. Medições chave mostram que a biomassa acima do solo nessas florestas aumentou cerca de 0,5 toneladas por hectare por ano desde a década de 1980. Esse crescimento é atribuído a fatores como níveis elevados de dióxido de carbono na atmosfera, que podem aprimorar a fotossíntese e levar a uma produção de madeira mais rápida. 'Estamos vendo árvores que não são apenas mais altas, mas mais grossas e pesadas', disse o autor principal, Dr. Roel Brienen, da Escola de Geografia e Meio Ambiente de Oxford. 'Esse efeito de engordamento pode significar que a Amazônia está absorvendo mais carbono do que se pensava anteriormente.'
Os dados foram coletados de 321 parcelas florestais permanentes gerenciadas pela rede RAINFOR, cobrindo regiões diversas desde a Amazônia ocidental mais úmida até o leste mais seco. O estudo descobriu que, embora algumas áreas mostrem crescimento mais rápido, a tendência geral aponta para um aumento na sequestração de carbono, potencialmente compensando uma porção das emissões humanas. No entanto, os pesquisadores alertam que esse benefício pode não durar indefinidamente, pois outras ameaças como desmatamento, secas e incêndios poderiam reverter os ganhos.
O contexto de fundo destaca o papel da Amazônia como um sumidouro de carbono crítico, contendo cerca de 150-200 bilhões de toneladas de carbono. Estudos anteriores haviam notado efeitos de 'verdor' da fertilização com CO2, mas este é a primeira evidência abrangente de mudanças estruturais no tamanho das árvores. 'As árvores da Amazônia estão se adaptando de maneiras que poderiam ajudar a mitigar as mudanças climáticas, mas devemos protegê-las das pressões crescentes', acrescentou Brienen.
As implicações se estendem aos modelos climáticos globais, que podem precisar de atualizações para considerar essa capacidade de armazenamento aprimorada. Perspectivas equilibradas do estudo enfatizam que, embora positivas, as descobertas sublinham a urgência dos esforços de conservação para prevenir pontos de inflexão, como a morte em massa generalizada. Não foram notadas contradições principais nos dados, embora o estudo chame por monitoramento contínuo para rastrear tendências de longo prazo.