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A evolução pode explicar por que as mulheres vivem mais que os homens

02 de outubro de 2025
Reportado por IA

Um novo estudo sugere que a evolução da menopausa desempenha um papel chave na expectativa de vida mais longa das mulheres em comparação aos homens. Pesquisadores propõem que a vida pós-reprodutiva nas mulheres permite investimento em netos, contrastando com a reprodução contínua dos homens. Essa teoria se baseia em dados de sociedades de caçadores-coletores e populações modernas.

As mulheres vivem mais que os homens em quase todos os países da Terra, com a diferença na expectativa de vida em média cerca de cinco anos globalmente e alcançando até sete anos em algumas nações. Essa disparidade se ampliou nas últimas décadas, particularmente desde a década de 1980, em meio a melhorias na saúde e segurança das mulheres.

Biólogos evolutivos da Universidade de Liverpool, liderados por Matthew Rogerson, desenvolveram um modelo para explicar esse padrão. Publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences, seu trabalho argumenta que a menopausa — o cessar da reprodução nas mulheres por volta dos 50 anos — permite uma vida pós-reprodutiva prolongada. 'Nosso modelo mostra que a evolução da menopausa é chave para entender por que as mulheres vivem tanto mais que os homens', afirmou Rogerson.

Os pesquisadores analisaram dados de caçadores-coletores Hadza na Tanzânia, um grupo frequentemente estudado por insights sobre a evolução humana. Entre os Hadza, as mulheres sobrevivem até uma idade média de 70 anos, enquanto os homens chegam a cerca de 60. Isso reflete um padrão mais amplo: em sociedades pré-industriais, as mulheres consistentemente mostram vidas pós-reprodutivas mais longas.

Em contraste, os homens continuam se reproduzindo em idades mais avançadas, o que o modelo sugere impõe custos fisiológicos que encurtam a vida. 'A reprodução é custosa, e nos machos, ela não para', explicou a coautora Virpi Lummaa. A teoria postula que a menopausa das mulheres libera recursos para apoio a parentes, aprimorando a aptidão inclusiva por meio da sobrevivência dos netos.

O estudo integra dados demográficos de registros eclesiásticos finlandeses do século XVII e estatísticas globais modernas. Ele desafia explicações anteriores, como comportamentos masculinos mais arriscados, ao se concentrar em trade-offs biológicos. Embora o modelo se ajuste aos padrões observados, os pesquisadores notam que ele requer testes adicionais em espécies com menopausa, como baleias.

Essa perspectiva evolutiva destaca como a história de vida humana diverge de outros primatas, onde as fêmeas se reproduzem até próximo da morte. As implicações se estendem à pesquisa sobre envelhecimento, sugerindo o valor adaptativo da menopausa além da fertilidade.

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