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Uicn votará sobre pausa na engenharia genética de vida selvagem

07 de outubro de 2025
Reportado por IA

Conservacionistas estão divididos sobre uma proposta de moratória na modificação genética de vida selvagem em uma reunião iminente da União Internacional para Conservação da Natureza. Enquanto alguns grupos buscam uma pausa para avaliar riscos, outros argumentam que tecnologias como CRISPR são essenciais para salvar espécies em perigo. A votação pode influenciar financiamento e políticas em todo o mundo.

Na próxima semana, delegados em uma reunião da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), a principal organização de conservação do mundo, votarão sobre uma moção para "pausar" qualquer forma de engenharia genética de vida selvagem, incluindo a introdução de micróbios modificados.

Esta proposta gerou um intenso debate entre especialistas. Piero Genovesi, do Instituto de Proteção e Pesquisa Ambiental na Itália, que ajudou a redigir uma carta aberta opondo-se à moção, disse: "Não tenho ideia de como a votação vai sair." Embora a moratória não tenha força legal, ela poderia desencorajar financiamento de organizações de conservação e inspirar proibições nacionais. Ben Novak, da Revive & Restore, uma organização sem fins lucrativos sediada nos EUA focada em biotecnologias para espécies em perigo e extintas, alertou: "A moratória certamente seria problemática em muitos níveis."

O impulso por uma pausa decorre dos avanços na tecnologia de edição genética CRISPR, demonstrada em 2014 para criar gene drives—segmentos de DNA que se espalham para toda a prole, potencialmente erradicando espécies invasoras ou conferindo traços como resistência a doenças. Uma conferência de 2016 no Havaí discutiu o uso de gene drives contra mosquitos invasores que dizimaram metade das aves nativas do Havaí, elicitando tanto entusiasmo quanto alarme.

Ricarda Steinbrecher, da EcoNexus, que apoia a moratória, observou: "Os gene drives estão sendo promovidos com força por alguns como a panaceia para lidar com todo tipo de problemas ambientais." O amplo escopo da moção afetaria esforços de desextinção e possivelmente vacinas vivas. Steinbrecher a descreveu como uma pausa temporária, potencialmente reversível com mais dados, mas Genovesi teme: "Temo que possa ser uma proibição muito longa."

Proponentes de ferramentas genéticas destacam riscos baixos, citando alimentos editados geneticamente aprovados e o primeiro tratamento humano com CRISPR no ano passado. Novak enfatizou a escalabilidade: esforços manuais como transplante de corais não podem salvar recifes sozinhos, e "ferramentas de biologia sintética são vitais" para metas como restaurar 30 por cento da terra à natureza.

No cerne, o debate reflete visões colidentes da natureza—pristina e intocada versus uma que os humanos alteraram há muito tempo por meio de caça, poluição e invasoras. Pesquisadores reconhecem riscos, como gene drives se espalhando descontroladamente, mas propõem salvaguardas como designs auto-limitantes. Genovesi instou: "Estamos enfrentando uma crise dramática de biodiversidade. Não devemos fechar a porta para novas ferramentas que possam nos ajudar a combater algumas das principais ameaças."

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