Pesquisadores identificam bactéria intestinal ligada à saúde cerebral
Um novo estudo revela uma bactéria intestinal específica que produz uma molécula capaz de influenciar a função cerebral em camundongos. Liderado por cientistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, a pesquisa destaca novas avenidas potenciais para tratar distúrbios neurológicos. Os achados foram publicados em 29 de setembro de 2025, na revista Nature.
Em um avanço detalhado na publicação de 29 de setembro de 2025 da ScienceDaily, pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, descobriram que uma bactéria intestinal particular, Bacteroides thetaiotaomicron, gera uma pequena molécula chamada 'neurofactor X' que atravessa a barreira hematoencefálica e melhora as funções cognitivas.
O estudo começou com experimentos em camundongos, onde os cientistas observaram que alterar o microbioma intestinal levou a melhorias mensuráveis em tarefas de memória e aprendizado. 'Esta é a primeira evidência direta ligando um micróbio intestinal específico à sinalização cerebral por meio de um composto novo', afirmou a pesquisadora principal, Dra. Elena Vasquez, no resumo do artigo. A equipe usou sequenciamento metagenômico avançado para isolar a bactéria e análise espectroscópica para identificar o neurofactor X, confirmando seu papel por meio de ensaios de suplementação controlados.
O contexto de fundo revela que o eixo intestino-cérebro tem sido um campo de interesse crescente desde o início dos anos 2010, com estudos anteriores sugerindo influências microbianas no humor e no comportamento, mas faltando detalhes mecanísticos. Esta pesquisa se baseia nisso ao identificar um caminho causal: a bactéria metaboliza fibras dietéticas em neurofactor X, que modula a atividade neuronal no hipocampo.
Embora os experimentos tenham sido realizados apenas em roedores, as implicações se estendem à saúde humana. A Dra. Vasquez observou: 'Se replicado em ensaios clínicos, isso poderia abrir portas para terapias baseadas no microbioma para condições como Alzheimer e doença de Parkinson.' Nenhum dado humano foi relatado, e o estudo enfatiza a necessidade de validação adicional.
O trabalho foi financiado pelo National Institutes of Health e envolveu colaboração com microbiologistas e neurocientistas. Ele sublinha a interconexão dos sistemas do corpo, potencialmente mudando paradigmas na medicina preventiva. No entanto, especialistas alertam que traduzir resultados de animais para humanos continua desafiador, pois os microbiomas individuais variam amplamente.
No geral, esta descoberta adiciona uma peça concreta ao quebra-cabeça de como a saúde intestinal afeta o cérebro, incentivando mais pesquisas interdisciplinares nos próximos anos.