Estudo revela que calor de nidificação afeta cognição de filhotes de tartaruga marinha
Um estudo pioneiro descobriu que temperaturas mais altas durante a nidificação afetam as habilidades de aprendizado de filhotes de tartaruga marinha. Pesquisadores demonstraram desempenho cognitivo reduzido em filhotes de ninhos mais quentes. Esta pesquisa destaca riscos potenciais das mudanças climáticas para a vida selvagem marinha.
Cientistas realizaram o primeiro estudo para examinar como o calor durante o período de nidificação influencia a inteligência de filhotes de tartaruga marinha. Publicado nos Proceedings of the Royal Society B, a pesquisa focou em tartarugas marinhas loggerhead nas praias da Flórida. A equipe, liderada pelo Dr. Jonathan Lagarde da Universidade de Bristol, testou 200 filhotes de 10 ninhos entre junho e agosto de 2023.
O experimento envolveu tarefas de navegação em labirintos para avaliar habilidades de orientação e aprendizado. Filhotes incubados em temperaturas acima de 32°C mostraram desempenho cerca de 20% inferior em comparação com aqueles de ninhos mais frios ao redor de 30°C. 'Este é o primeiro estudo a demonstrar que a temperatura de incubação pode influenciar o desenvolvimento cognitivo em tartarugas marinhas', afirmou o Dr. Lagarde. Ele enfatizou que condições mais quentes, cada vez mais comuns devido ao aquecimento global, poderiam prejudicar a capacidade dos filhotes de encontrar comida e evitar predadores após a eclosão.
Tartarugas marinhas exibem determinação de sexo dependente da temperatura, onde ninhos mais quentes que 29,5°C produzem principalmente fêmeas. Este estudo se baseia nisso ao ligar o calor à cognição, não apenas às proporções de sexo. Os pesquisadores coletaram ovos de ninhos naturais na costa atlântica da Flórida, incubaram-nos em ambientes controlados que imitavam condições de campo e liberaram filhotes bem-sucedidos de volta ao mar.
O contexto de fundo inclui o aumento das temperaturas do oceano e da areia devido às mudanças climáticas, que já distorceram as proporções de sexo em algumas populações. O estudo sugere que déficits cognitivos poderiam agravar essas pressões, potencialmente reduzindo as taxas de sobrevivência. Nenhuma contradição direta foi notada na pesquisa, embora especialistas chamem por estudos adicionais em espécies como tartarugas verdes e de couro.
As implicações se estendem aos esforços de conservação. Sítios de nidificação mais quentes podem exigir intervenções sombreadas ou resfriadas para proteger o desenvolvimento dos filhotes. O Dr. Lagarde observou: 'À medida que as temperaturas sobem, podemos ver impactos mais amplos na inteligência de répteis em todo o mundo'. Este trabalho sublinha a necessidade de ação climática urgente para proteger espécies em perigo.