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Mina de grafite no Alasca avança sem consentimento tribal

01 de outubro de 2025
Reportado por IA

Uma mina de grafite proposta na Península de Seward, no Alasca, está avançando para aprovação federal apesar de faltar a consulta obrigatória com uma tribo indígena local. O projeto, apoiado pelo Departamento de Defesa dos EUA, visa garantir suprimentos domésticos do mineral crítico para baterias. Líderes tribais da Native Village of Solomon alertam que ele ameaça suas terras tradicionais e seu modo de vida de subsistência.

O projeto Graphite One, desenvolvido pela empresa canadense Graphite One Resources, visa um depósito na Península de Seward, perto de Nome, no Alasca. O local está em terra estadual, mas se sobrepõe a áreas tradicionalmente usadas pelo povo Yup'ik da Native Village of Solomon, uma tribo reconhecida federalmente com cerca de 1.000 membros. De acordo com a lei federal, incluindo a Lei Nacional de Política Ambiental (NEPA) e a Ordem Executiva 13175, as agências devem consultar as tribos em projetos que afetem seus interesses. No entanto, a tribo relata que o engajamento significativo tem sido mínimo.

Em 2020, o Departamento de Defesa dos EUA concedeu à Graphite One uma subvenção de US$ 37,5 milhões sob a Lei de Produção de Defesa para estudar a viabilidade da mineração e processamento de grafite domesticamente, reduzindo a dependência da China, que controla mais de 80% do suprimento global. O financiamento apoia estudos de viabilidade e uma usina de processamento planejada no estado de Washington. Funcionários da empresa, incluindo o CEO Anthony Huston, afirmaram que o projeto não está em terras tribais e que consultaram partes interessadas locais, mas os líderes de Solomon contestam isso. 'Não fomos devidamente consultados; isso é uma violação de nossos direitos', disse Clarissa Iron, presidente da Native Village of Solomon, em uma declaração à Grist.

O processo de aprovação acelerou nos últimos anos em meio a preocupações de segurança nacional com minerais críticos. Em 2023, o Corpo de Engenheiros do Exército iniciou revisões ambientais, com uma declaração de impacto ambiental preliminar esperada em breve. Defensores tribais temem que a mina possa perturbar córregos de salmão e rotas de migração de caribus essenciais para a caça e pesca de subsistência, que fornecem grande parte da comida da comunidade. O projeto prevê mineração a céu aberto por 20 anos, extraindo potencialmente 175.000 toneladas de grafite anualmente.

O contexto mais amplo inclui os esforços dos EUA para internalizar cadeias de suprimento de baterias para veículos elétricos e renováveis. Apoiadaores argumentam que a mina poderia criar 300 empregos e fortalecer a segurança energética. No entanto, grupos indígenas, apoiados por organizações como o Alaska Inter-Tribal Council, pedem a suspensão das aprovações até que uma consulta completa ocorra. Até o final de 2023, o projeto corre para um possível início de construção, destacando tensões entre desenvolvimento de recursos e soberania tribal no Alasca.

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