Os corais podem estar se adaptando ao aumento das temperaturas oceânicas
Um novo estudo sugere que algumas espécies de coral estão mostrando sinais de adaptação a águas mais quentes causadas pelas mudanças climáticas. Pesquisadores observaram corais no Havaí sobrevivendo a temperaturas mais altas do que o esperado. Essa descoberta oferece um vislumbre de esperança em meio a eventos generalizados de branqueamento de corais.
Cientistas da Universidade do Havaí publicaram uma pesquisa indicando que certas espécies de coral podem estar evoluindo para lidar com as mudanças climáticas. O estudo, detalhado na revista 'Global Change Biology', examinou corais em águas havaianas ao longo de vários anos. A pesquisadora principal, Dra. Iliana Baums, afirmou: 'Encontramos que corais expostos a temperaturas mais altas em anos anteriores foram mais resilientes em ondas de calor subsequentes.'
A pesquisa focou na espécie de coral Porites lobata, comum no Pacífico. Dados coletados de 2014 a 2022 mostraram que esses corais suportaram temperaturas da água até 2°C acima de suas normas históricas sem morte em massa. 'Essa adaptação pode ser impulsionada por mudanças genéticas ou simbiontes microbianos se ajustando a novas condições', explicou Baums no artigo.
O contexto de fundo revela que os recifes de coral em todo o mundo enfrentam ameaças graves do aquecimento oceânico, acidificação e poluição. A Grande Barreira de Corais, por exemplo, experimentou múltiplos eventos de branqueamento desde 2016, com perdas de até 50% de corais em algumas áreas. No entanto, as descobertas havaianas sugerem que a adaptação localizada pode ocorrer mais rápido do que se pensava anteriormente.
Especialistas alertam que, embora promissor, isso não anula a necessidade de reduções globais de emissões. A bióloga marinha Dra. Julia Stewart da Instituição Smithsonian comentou: 'A adaptação em populações isoladas é encorajadora, mas os recifes precisam de oceanos mais frios para prosperar a longo prazo.' O estudo implica que proteger a diversidade de corais existente pode aprimorar a resiliência natural.
Não foi fornecido um cronograma específico para adaptação mais ampla, mas os pesquisadores planejam monitoramento de acompanhamento. Este evento destaca os esforços contínuos para entender as respostas dos corais ao estresse ambiental.