Pesquisa da FINRA destaca vulnerabilidade de investidores em cripto a fraudes
Novas descobertas da FINRA Investor Education Foundation revelam que investidores em cripto e ações meme são mais propensos a cair em ofertas de investimento fraudulentas. Investidores mais jovens e com menos experiência mostram maior suscetibilidade. O relatório coincide com o rápido crescimento de ações tokenizadas, levantando preocupações sobre proteções regulatórias.
A pesquisa nacional da FINRA Investor Education Foundation, apresentada em prévia para a Semana Mundial do Investidor, indica vulnerabilidades significativas entre certos investidores de varejo. Metade dos investidores de varejo dos EUA disse que investiria em uma oportunidade hipotética prometendo um retorno anual garantido e sem risco de 25% por cinco anos, um cenário que imita esquemas fraudulentos. Entre os investidores em cripto, essa figura subiu para 65%, em comparação com 44% para investidores não cripto. Investidores que compraram ações meme ou investimentos virais eram ainda mais suscetíveis, com 77% expressando interesse versus 45% para aqueles que não o fizeram.
Fatores demográficos amplificam esses riscos. Sessenta e quatro por cento dos respondentes com idades entre 18 e 34 anos disseram que investiriam na oferta, versus 36% daqueles com 55 anos ou mais. Da mesma forma, 63% dos investidores com menos de dois anos de experiência estavam dispostos, em comparação com 40% daqueles com uma década ou mais. Os níveis de renda mostraram pouca diferença na suscetibilidade. As mídias sociais também desempenham um papel, com quase três quartos dos respondentes que às vezes baseiam decisões em conselhos de mídias sociais indicando que investiriam.
"Esses achados revelam que um número preocupante de investidores pode ser vulnerável a fraudes de investimento", disse Gerri Walsh, presidente da FINRA Foundation. Ela instou os investidores a serem cautelosos com "a promessa de pouco ou nenhum risco com retornos incomumente altos".
Essas percepções vêm à medida que ações tokenizadas — ativos baseados em blockchain que rastreiam ações tradicionais — ganham tração. Seu valor combinado para investidores de varejo atingiu US$ 412 milhões em setembro, um aumento em relação a alguns milhões de dólares um ano antes. Plataformas como Robinhood, Gemini e Kraken lançaram tais produtos na Europa, enquanto Robinhood e Dinari buscam aprovação regulatória nos EUA.
Defensores argumentam que ações tokenizadas permitem negociação 24/7 e liquidação mais rápida, mas especialistas alertam para riscos, incluindo falta de direitos de propriedade, votação ou dividendos, além de exposição a contrapartes. "Muito do ônus é transferido para você para entender exatamente o que está comprando", disse Diego Ballon Ossio, sócio da Clifford Chance em Londres. Peter Ryan, chefe de mercados de capitais internacionais na Securities Industry and Financial Markets Association, enfatizou: "Apenas porque um título é representado em blockchain, isso não muda as proteções centrais para investidores e outras disposições que se aplicam a títulos." A paisagem regulatória permanece instável, com apelos por isenções e supervisão mais forte.