SpaceX compra espectro para impulsionar serviços Starlink direto para celular
A SpaceX concordou com um acordo de US$ 17 bilhões para comprar 50 MHz de licenças de espectro da EchoStar, visando aprimorar a conectividade via satélite do Starlink para smartphones. A aquisição, pendente de aprovação regulatória, apoiará uma nova constelação de até 15.000 satélites para fornecer voz, mensagens e dados de alta velocidade globalmente, especialmente em áreas subatendidas. Essa jogada pressiona concorrentes como AT&T, Verizon e parceiros de satélite da Apple.
No início de setembro de 2025, a SpaceX anunciou um acordo de US$ 17 bilhões para adquirir as licenças de espectro AWS-4 e H-block da EchoStar, totalizando 50 MHz nas faixas de 1,9 e inferior a 2 GHz, para uso nos EUA e globalmente. O acordo requer aprovação da Comissão Federal de Comunicações (FCC), com transferência inicial para um trust e fechamento final esperado por volta de 30 de novembro de 2027. A apresentação da SpaceX à FCC afirma que o espectro permitirá 'serviços de telefone, texto e banda larga do espaço para usuários móveis em todo os Estados Unidos e o mundo, especialmente em áreas onde os sistemas terrestres não alcançam.'
Para apoiar isso, a SpaceX planeja lançar até 15.000 satélites avançados, superando em muito os atuais 650 satélites Direct to Cell (D2C) implantados sob autorizações existentes com a T-Mobile. Esses satélites de próxima geração, impulsionados por silício personalizado e antenas de matriz em fase, prometem um throughput 20 a 100 vezes maior que os modelos de primeira geração, permitindo 'conectividade celular 5G completa com uma experiência de consumidor comparável ao serviço LTE terrestre atual.' A presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell, observou que a empresa está 'trabalhando com fabricantes de chips para obter os chips adequados nos telefones.' O lançamento do serviço está previsto para o final de 2027, começando com voz, mensagens e dados expandidos além das ofertas limitadas atuais da T-Mobile.
A aquisição decorre da pressão do presidente da FCC, Brendan Carr, sobre a EchoStar para vender espectro não utilizado após queixas da SpaceX. A AT&T garantiu um acordo separado de US$ 23 bilhões por 50 MHz em faixas diferentes, enquanto a Verizon está negociando pelas porções restantes. O consultor de telecomunicações Tim Farrar destacou contingências: 'Há muitas contingências aqui sobre se 2027 é crível, mas isso aumenta a pressão sobre todos os outros nesta indústria.' Ele observou que o domínio do Starlink em banda larga via satélite poderia se estender a mercados diretos para dispositivos.
Esse desenvolvimento desafia as parcerias da AT&T e Verizon com a AST SpaceMobile, que enfrentou atrasos apesar de implantar cinco satélites em setembro de 2024 e planejar 45 a 60 até o final de 2026. O histórico da AST inclui 'um atraso após o outro', segundo Farrar, contrastando com os 650 satélites D2C do Starlink já em órbita.
Para a Apple, que rejeitou a oferta de exclusividade de US$ 5 bilhões de Elon Musk em 2022 e se aliou à Globalstar para o SOS de emergência do iPhone, o acordo adiciona alavancagem. Relatos indicam frustração interna da Apple com a rede 'desatualizada e lenta' da Globalstar em comparação ao Starlink. O analista Philip Burnett disse que a compra de espectro 'dará à SpaceX mais alavancagem em sua negociação com a Apple.' Musk respondeu a uma análise crítica de Farrar, alegando 'Quase tudo está errado neste artigo', embora Farrar veja os movimentos do Starlink como positivos para a disrupção da indústria.
A exclusividade nos EUA da T-Mobile com o Starlink termina em 2027, abrindo portas para parcerias mais amplas com operadoras. A SpaceX poderia alugar espectro para operadoras em áreas urbanas enquanto prioriza o serviço via satélite em regiões remotas, potencialmente triplicando sua base de clientes por meio de todas as principais redes dos EUA.