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Estudo mostra que pais mais velhos transmitem mais mutações de doenças através de esperma egoísta

09 de outubro de 2025
Reportado por IA

Um novo estudo revela que homens mais velhos transmitem significativamente mais mutações genéticas causadoras de doenças para seus filhos devido à proliferação rápida de células-tronco de esperma mutantes. Pesquisadores descobriram que a proporção de esperma mutado aumenta acentuadamente com a idade, de 1 em 50 para homens no início dos trinta anos para quase 1 em 20 aos 70 anos. Esse fenômeno, impulsionado por mutações 'egoístas', aumenta os riscos de distúrbios graves na prole.

A pesquisa, publicada na Nature, sequenciou mais de 100.000 amostras de esperma de 81 homens de idades variadas, juntamente com suas células sanguíneas, usando uma técnica inovadora que sequencia ambas as fitas da dupla hélice de DNA para minimizar erros. Isso permitiu a identificação de mutações em mais de 40 genes que fazem com que as células-tronco de esperma proliferem de forma egoísta, superando células normais e aumentando exponencialmente a proporção de esperma mutado ao longo do tempo.

"O tamanho do efeito em todo o genoma foi muito maior do que qualquer um de nós pensou", disse Matthew Neville do Wellcome Sanger Institute, membro da equipe. Essas mutações egoístas, embora raras no geral, visam genes chave e levam a resultados graves. "Na maior parte, são distúrbios neurodesenvolvimentais bastante graves", explicou Neville, notando ligações com autismo em pelo menos dois genes e riscos elevados de câncer em outros.

As descobertas se baseiam na visão de Anne Goriely de 2003 na Universidade de Oxford de que certas mutações tornam as células-tronco de esperma egoístas, explicando taxas mais altas do que o esperado de condições como acondroplasia. Cada pessoa carrega cerca de 70 mutações novas, com 80% originadas nos testículos dos pais, mas mutações egoístas amplificam essa contribuição paterna de forma não linear com a idade.

"O artigo mostra claramente que pais mais velhos têm um risco maior de transmitir mais mutações patogênicas", comentou Raheleh Rahbari, também no Sanger Institute. Ruben Arslan da Universidade de Witten na Alemanha elogiou o estudo, adicionando que a idade paterna adicional é menos prejudicial quando mais jovem do que quando mais velho.

Goriely enfatizou a mudança de foco: "Sabemos há muito tempo que ser um pai mais velho não é uma boa ideia. O foco costumava estar realmente associado à mãe. Agora entendemos que ambos os pais contribuem para a saúde de seus filhos."

Diferentemente das células sanguíneas, onde as mutações aumentavam com tabagismo, consumo excessivo de álcool ou obesidade, as mutações no esperma se acumulavam oito vezes mais devagar e não mostravam tais ligações ambientais, sugerindo mecanismos protetores nos testículos. Famílias podem considerar o congelamento de esperma para homens mais jovens ou triagem para os mais velhos, embora as decisões permaneçam pessoais, segundo Neville: "É para as famílias considerarem ao tomarem suas próprias decisões."

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