Suplementação de ácidos graxos reverte declínio visual relacionado à idade em camundongos

Pesquisadores da UC Irvine demonstraram que suplementar camundongos com um ácido graxo poli-insaturado específico pode restaurar a função visual e reverter sinais de envelhecimento celular na retina. O estudo foca no gene ELOVL2, ligado à perda de visão relacionada à idade e degeneração macular. Publicado na Science Translational Medicine, os achados sugerem terapias potenciais além da suplementação de DHA.

A perda de visão relacionada à idade afeta muitos acima de 60 anos, frequentemente tornando tarefas como ler cardápios em luz fraca desafiadoras. Cientistas da UC Irvine, em colaboração com a Academia Polonesa de Ciências e a Universidade de Saúde e Medicina em Potsdam, Alemanha, exploraram reverter esse declínio focando no gene ELOVL2, um biomarcador de envelhecimento que influencia o metabolismo lipídico na retina.

Pesquisas anteriores mostraram que aumentar a atividade do ELOVL2 em camundongos envelhecidos elevava os níveis de ácido docosahexaenoico (DHA) e melhorava a visão. O novo estudo, intitulado 'Suplementação de ácidos graxos poli-insaturados retinianos reverte o declínio visual relacionado ao envelhecimento em camundongos', testou a suplementação sem depender da enzima. Pesquisadores injetaram camundongos mais velhos com um ácido graxo poli-insaturado específico, levando a um melhor desempenho visual e reversão de características de envelhecimento no nível molecular.

"Mostramos o potencial para reverter a perda de visão relacionada à idade", disse Dorota Skowronska-Krawczyk, PhD, professora associada no Departamento de Fisiologia e Biofísica e no Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da UC Irvine. Ela observou que o DHA sozinho não produziu os mesmos efeitos, confirmando que outros ácidos graxos poli-insaturados de cadeia muito longa (VLC-PUFAs) são cruciais. "Nosso trabalho realmente confirma o fato de que o DHA sozinho não pode fazer o trabalho, mas temos esse outro ácido graxo que aparentemente está funcionando e melhorando a visão em animais envelhecidos."

O estudo também identificou variantes genéticas do ELOVL2 ligadas a uma progressão mais rápida da degeneração macular relacionada à idade (AMD). "Agora realmente temos uma conexão genética com a doença e seu aspecto de envelhecimento", explicou Skowronska-Krawczyk, sugerindo maneiras de identificar indivíduos em risco para intervenções preventivas.

"É uma prova de conceito para transformar injeção de lipídios em uma terapia possível", ela acrescentou. Trabalho adicional com a UC San Diego explora o papel do ELOVL2 no envelhecimento imunológico, sugerindo aplicações anti-envelhecimento mais amplas. Os achados aparecem na Science Translational Medicine (2025; 17 (817)), com DOI: 10.1126/scitranslmed.ads5769.

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