Pesquisadores descobrem novas perspectivas sobre a vida microbiana antiga
Uma equipe de cientistas descobriu evidências de atividade microbiana datando de 3,7 bilhões de anos em rochas antigas da Groenlândia. Essa descoberta adianta a linha do tempo para as origens da vida na Terra. A pesquisa, publicada na Nature, sugere que a vida surgiu muito antes do que se pensava anteriormente.
Em um estudo inovador lançado em 27 de setembro de 2025, pesquisadores da Universidade de Copenhague analisaram amostras do Cinturão Supracrustal de Isua, na Groenlândia. As rochas, formadas há cerca de 3,7 bilhões de anos, contêm estruturas microscópicas que indicam atividade biológica, como isótopos de carbono consistentes com o metabolismo microbiano.
A pesquisadora principal, Dra. Maria Andersen, afirmou: "Esses filamentos e tubos minúsculos são a evidência direta mais antiga de vida que encontramos até agora. Eles mostram que a vida prosperava em condições extremas muito cedo na história da Terra." A equipe usou técnicas avançadas, como espectrometria de massa de íons secundários, para confirmar a origem biogênica das estruturas, descartando processos abióticos.
A descoberta se baseia em achados anteriores da mesma região, que sugeriam vida há cerca de 3,8 bilhões de anos, mas aqueles foram contestados devido a possível contaminação. Essa nova evidência é mais robusta, pois as amostras foram preservadas em um ambiente metamórfico de baixa temperatura que minimizou alterações.
No contexto, a atmosfera inicial da Terra provavelmente era pobre em oxigênio e bombardeada por meteoritos, tornando a presença de vida nesse momento notável. O estudo implica que a vida poderia surgir rapidamente sob condições adversas, com implicações para a astrobiologia e a busca por vida em Marte ou luas geladas.
O coautor, Dr. Lars Jensen, acrescentou: "Se a vida começou tão cedo após a formação da Terra, ela pode ser comum no universo." No entanto, alguns especialistas alertam que é necessária verificação adicional, pois processos abióticos podem imitar assinaturas biológicas.
A pesquisa foi financiada pela Fundação Nacional de Pesquisa Dinamarquesa e envolveu colaboração internacional. As amostras foram coletadas durante expedições em 2022 e 2024.