Um estudo da Universidade de Toronto revela que quase um em cada quatro adultos com 60 anos ou mais que começaram com baixo bem-estar alcançaram bem-estar ótimo após três anos. Fatores como atividade física, bom sono e apoio emocional foram fundamentais para a recuperação. A pesquisa destaca o potencial de resiliência na vida posterior por meio de fatores de estilo de vida e sociais.
Pesquisadores Mabel Ho e Esme Fuller-Thomson da Universidade de Toronto analisaram dados de 8.332 adultos no Canadian Longitudinal Study on Aging que inicialmente não atendiam aos critérios para bem-estar ótimo. Todos os participantes tinham pelo menos 60 anos no acompanhamento de três anos. Publicado em 24 de setembro de 2025 na PLOS One, o estudo descobriu que quase um quarto desses indivíduos recuperaram um estado que combina bem-estar físico, psicológico, emocional, social e autoavaliado.
Aqueles que mostravam bem-estar psicológico e emocional no início eram quase cinco vezes mais propensos a recuperar o bem-estar completo. As chances de recuperação eram maiores para participantes com menos de 70 anos, casados e com rendas acima da linha de pobreza. Resultados positivos estavam ligados a não fumar, manter-se fisicamente ativos, dormir bem, manter um peso corporal estável e evitar condições crônicas como obesidade, diabetes, artrite ou osteoporose.
O estudo enfatiza a manutenção de um estilo de vida saudável e o gerenciamento de doenças crônicas. Como o Canadá oferece atendimento de saúde universal, os autores alertam que os resultados podem não se aplicar a países onde o atendimento depende da capacidade de pagamento, ou a nações de baixa e média renda.
Se confirmados como causais, os achados sugerem que políticas que apoiam o bem-estar físico, psicológico, emocional e social poderiam auxiliar na recuperação. Programas para promover estilos de vida ativos, gerenciamento de condições crônicas e prevenção do isolamento social podem aprimorar a resiliência.
"O que é poderoso nesta pesquisa é o lembrete de que a vida posterior ainda pode ser gratificante, mesmo após períodos difíceis. A boa saúde é importante, mas também o são as pessoas, o significado e a alegria que temos em nossas vidas," diz a primeira autora Mabel Ho, uma recente graduada em doutorado na Factor-Inwentash Faculty of Social Work da Universidade de Toronto e no Institute of Life Course and Aging.
"Isso é um claro apelo para investir em prevenção, estabilidade financeira e apoios acessíveis ao bem-estar -- porque esses não são apenas políticas inteligentes, eles podem potencialmente melhorar a trajetória do envelhecimento para adultos mais velhos que estão lutando," diz a autora sênior Esme Fuller-Thomson, Diretora do Institute for Life Course & Aging e Professora na Factor-Inwentash Faculty of Social Work da Universidade de Toronto.