Scientists in a lab discovering a powerful antibiotic intermediate, examining bacterial samples and molecular data for news on antimicrobial resistance breakthrough.

Cientistas descobrem intermediário antibiótico oculto 100 vezes mais ativo que a methylenomycin A

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Pesquisadores da Universidade de Warwick e da Universidade de Monash relatam que o lactone pré-methylenomycin C — um intermediário biossintético negligenciado de Streptomyces coelicolor — mostra um aumento de mais de 100 vezes na atividade em relação à methylenomycin A contra patógenos Gram-positivos, incluindo aqueles responsáveis por MRSA e VRE. A descoberta adiciona ímpeto aos esforços para combater a resistência antimicrobiana, que foi diretamente ligada a um estimado 1,27 milhão de mortes em 2019.

Em um estudo publicado no Journal of the American Chemical Society em outubro de 2025, uma equipe Warwick-Monash identificou o lactone pré-methylenomycin C como um intermediário potente na via biossintética da methylenomycin A, um antibiótico caracterizado pela primeira vez na década de 1970. Ao deletar genes biossintéticos específicos em Streptomyces coelicolor — uma bactéria produtora de antibióticos modelo extensivamente estudada desde a década de 1950 —, os pesquisadores revelaram dois intermediários anteriormente desconhecidos que superaram a methylenomycin A.

Testes laboratoriais mostraram que o lactone pré-methylenomycin C era mais de 100 vezes mais ativo que a methylenomycin A contra diversas bactérias Gram-positivas, notavelmente Staphylococcus aureus e Enterococcus faecium, as espécies associadas a MRSA e VRE. A equipe também relatou que Enterococcus não desenvolveu resistência ao composto em condições que tipicamente induzem resistência à vancomicina, uma terapia de última linha para infecções graves.

O Professor Greg Challis, coautor principal da Universidade de Warwick e da Universidade de Monash, disse: "A methylenomycin A foi originalmente descoberta há 50 anos e, embora tenha sido sintetizada várias vezes, ninguém parece ter testado os intermediários sintéticos para atividade antimicrobiana! Ao deletar genes biossintéticos, descobrimos dois intermediários biossintéticos anteriormente desconhecidos, ambos muito mais potentes como antibióticos que a própria methylenomycin A."

A Dra. Lona Alkhalaf, professora assistente em Warwick, acrescentou: "Notavelmente, a bactéria que produz methylenomycin A e lactone pré-methylenomycin C — Streptomyces coelicolor — é uma espécie produtora de antibióticos modelo que tem sido estudada extensivamente desde a década de 1950. Encontrar um novo antibiótico em um organismo tão familiar foi uma surpresa real."

Por que importa

Agências globais de saúde alertaram que o pipeline de antibióticos permanece fino mesmo à medida que a resistência aumenta. VRE é listada pela Organização Mundial da Saúde como um patógeno de alta prioridade, sublinhando a necessidade de novos tratamentos com atividade duradoura.

Próximos passos e avanço na síntese

Os pesquisadores dizem que a avaliação pré-clínica é o próximo passo. Em um trabalho complementar relatado no Journal of Organic Chemistry em 2025, uma equipe liderada por Monash descreveu uma rota escalável para o lactone pré-methylenomycin C, permitindo a criação de análogos para sondar relações estrutura-atividade e mecanismo. Como notou o Professor David Lupton de Monash, a rota deve facilitar a construção de análogos diversos para entender e otimizar melhor as propriedades antibacterianas da molécula.

Juntos, os estudos destacam uma estratégia para a descoberta de antibióticos: testar sistematicamente intermediários em vias de produtos naturais que podem ter sido negligenciados, mesmo em organismos bem estudados.

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